Novo diretor de Itaipu garante convênios e defende ampliação de investimentos

Garantir energia com preço acessível, continuidade e ampliação de convênios de infraestrutura e renegociar as bases financeiras do Anexo C do Tratado de Itaipu, são alguns dos desafios que a nova gestão da Itaipu Binacional deverá ter nos próximos anos. Paranaense de Maringá, o economista e deputado federal, Enio Verri, foi escolhido pelo presidente Lula (PT) como o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu. Ele vai substituir o almirante Anatalício Risden Junior, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A reportagem do jornal O Paraná conversou com Enio Verri, que falou sobre os projetos e desafios no comando da empresa. Verri condiciona o histórico de boa gestão da hidrelétrica ao competente quadro técnico que coloca a usina entre as principais empresas do ramo no mundo. Contudo, admite que terá alguns desafios pela frente. O principal deles é a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, já que, é a partir dele que a usina deverá realizar o planejamento futuro. A expectativa é que, com o pagamento do empreendimento, haverá um acréscimo de cerca de US$ 2 bilhões à receita da hidrelétrica.

“Em 2023, as dívidas resultantes da construção da Usina de Itaipu estarão pagas. Quitada essa dívida, Brasil e Paraguai, sócios no empreendimento precisam renegociar as bases financeiras do Anexo C do Tratado. É necessário renegociar o valor da energia a ser vendida, o acordo de quanto será investido em casa país, de quando a Itaipu pode usar”, disse Ênio Verri. A renegociação envolverá a Itaipu, o Ministério das Relações Exteriores, Ministério de Minas e Energia e também o governo do Paraguai. Existe também a expectativa de que os municípios lindeiros ao lago de Itaipu sejam ouvidos.

Convênios

Verri também garantiu que a gestão irá manter os convênios por bacia e parcerias da usina com os municípios, realizando investimentos da área de infraestrutura e de saneamento, aumentando a capacidade de contribuição da Itaipu ao estado do Paraná. “A partir do pagamento da dívida a Itaipu poderá usar parte desse excelente em investimentos no Paraná, aumentar a capacidade de contribuição da usina ao desenvolvimento do Estado. Os convênios por bacia irão continuar, eles envolvem muito a questão ambiental, geração de renda, então esses convênios terão que ser continuados.”

Contudo, Verri esclareceu que será necessário realizar uma espécie de auditoria e avaliar quais dos convênios estão trazendo retornos efetivos e quais não estão apontando resultados. “Serão avaliados um por um, vamos avaliar a capacidade de retorno, se estão bem executados, se a população está sendo bem atendida. O objetivo do convenio é mudar a realidade local para a população ter uma qualidade de vida mais digna. Agora, os que não estão apontando resultados ao Paraná não devem ser renovados.”