Política

Coluna Esplanada

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Rota ministerial

A potencial mudança da Lei das Estatais – falta o Senado analisar – para permitir que políticos com mandatos possam assumir em 30 dias – e não mais com carência de 90 dias – a direção de empresas do Governo tornou-se a grande expectativa na Transição, embora tenha deixado o mercado apreensivo. Essa alteração vai atender principalmente a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para assumir o comando da Petrobras. Coordenador do GT do tema, ele hoje é o nome mais palatável ao mercado e dentro da petroleira, pelo perfil técnico de engenheiro, de carreira na empresa, e com boa atuação sindical – o que ajuda na interface com os funcionários. É por causa da mudança da lei que Lula da Silva ainda não anunciou o restante dos ministérios. Lula adiou o anúncio dos ministros, em bloco, para até dia 22. Depois, a turma ganha um refresco com o recesso de Natal e Réveillon, para a posse dia 1º no Palácio do Planalto.

 

Centrão à espera

Partidos que pretendem compor a base do Governo Lula da Silva não escondem a ansiedade pela definição dos nomes de comando da Esplanada. Lideranças se lamuriavam, após a cerimônia de diplomação no TSE, que aguardam contato até o fim desta semana. “Tá demorando tanto a ligação que às vezes até confiro se meu celular não está sem sinal”, brincou um deputado do Centrão. Os partidos neoaliados do PT, que pularam da nau do Governo de Jair Bolsonaro, são os que mais têm expectativa.

 

Ministra do Bolsa?

Depois da notada ausência na cerimônia de diplomação de Lula da Silva, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) fez questão de acompanhar o encerramento dos grupos técnicos da transição. Ficou na plateia, aplaudiu com entusiasmo. Ela coordenou a área de Desenvolvimento Social. Mas não cobra fatura nem condiciona apoio. Apenas sinalizou para Lula que poderia ajudar nesse tema. Do eleito, não vem sinal ainda – nem positivo, tampouco negativo. Ela tem aliados e adversários dentro do PT nessa questão.

 

Freixo rifado

É latente a ansiedade do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que espera uma vitrine na Esplanada no Governo de Lula da Silva. Com excelente espólio eleitoral no Estado do Rio de Janeiro – em especial na capital – o parlamentar tem sido vítima da equação pelo Poder do seu próprio partido. Freixo sobrou no PSB. Se assumir algo, será na conta pessoal do presidente eleito (e não está garantido em 1º escalão). O PSB já espera ministérios para Flávio Dino (confirmado na Justiça), Paulo Câmara e Márcio França (Cidades).

 

MTur com Rio

O Ministério do Turismo deve ficar com o PSD, em especial um apadrinhado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes – muito amigo de Lula. E amizade, nessa Transição, tem tido peso de ouro. O cotado é o deputado federal Pedro Paulo. O PSD – cujo presidente Gilberto Kassab anda de mãos dadas com Tarcísio de Freitas em São Paulo – vai se sentir muito prestigiado se levar essa. Será também uma sinalização de Lula da Silva para abrir canal com Kassab, para puxar o partido para a coalizão de vez.

 

Backstage político

A confirmação da cantora Margareth Menezes como ministra da Cultura pegou de surpresa integrantes do grupo técnico de transição da área. Lula da Silva ignorou alertas de que deveria priorizar alguém com experiência política e trânsito em Brasília. “Mas é claro que não vamos torcer contra, agora temos que fazer dar certo”, diz a deputada Jandira Feghali, uma das representantes do setor cultural na Câmara.