Sem dificuldades, a seleção brasileira feminina de goalball venceu a dos Estados Unidos, atuais campeãs mundiais, por 7 a 3, na manhã desta quinta-feira, na Arena do Futuro, no Parque Olímpico da Barra. Mais cedo, a equipe masculina do Brasil também estreou com vitória: 9 a 6, diante da Suécia.
Assim como no primeiro jogo do dia, o sistema de som precisou educar a torcida para a dinâmica da modalidade. No goalball, como os atletas são parcialmente ou totalmente cegos, é necessário silêncio para que os membros das equipes escutem o barulho do guizo da bola. As árbitras canadenses Joelle Boulet e Dawna Christy chegaram a pedir que um bebê fosse retirado da arquibancada por conta do barulho.
Como os pedidos de silêncio (feitos em inglês) eram constantes, a torcida se conteve no apoio à seleção. Apenas alguns gritos eram ouvidos, durante as paralisações.
– O primeiro jogo é sempre muito difícil. E a torcida acaba sendo uma motivação a mais. Mas me surpreendi, porque eles ficaram até quietinhos. Estão aprendendo o que é o goalball – comenta a jogadora da seleção brasileira Victoria, autora de seis gols na partida.
– Não esperava marcar tantos gols. Até as meninas brincaram comigo na Vila dos Atletas que se eu fizesse seis gols elas me pagariam um sorvete. Agora vou cobrar – brinca Victoria.
O Brasil começou na frente, justamente com ela, Victoria. Mas Asya Miller empatou para as americanas. Ana Carolina deixou a seleção brasileira novamente na frente, 2 a 1. Em três penalidades, Victoria ampliou para 5 a 1. Impossível, a camisa nove ainda fez mais um na etapa inicial, que terminou com o placar de 6 a 1.
E o segundo tempo começou como terminou o primeiro: com gol de Victoria, 7 a 1. Asya Miller descontou para 7 a 2. De pênalti, Amanda Dennis ensaiou uma reação americana, 7 a 3, aos seis minutos. Nos segundos finais, Victoria ainda defendeu um pênalti, cobrado por Amanda Dennis, mantendo a boa vantagem brasileira no placar final.
No Parapan de Toronto, ano passado, o Brasil também havia vencido as americanas, na conquista do ouro, porém por um placar mais apertado, 7 a 6.
– Brasil e Estados Unidos são duas grandes equipes. E aquela final nos serviu de aprendizado para muita coisa. Se desta vez vencemos por um placar mais elástico, significa que evoluímos de um ano para cá – avalia a jogadora da seleção brasileira Simone.
Nesta sexta-feira, novamente na Arena do Futuro, o time feminino do Brasil de goalball enfrenta o Japão, às 18h45m.