Cotidiano

Cascavel é a cidade do Paraná com mais casos de raiva

Cascavel é a cidade do Paraná com mais casos de raiva

Cascavel – E o número de casos de raiva bovina em Cascavel não para de crescer. Em entrevista concedida ao O Paraná, ontem (3), a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, médica-veterinária da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Elzira Jorge Pierre, revelou que o estado já registrou, desde o início do ano, 97 focos com diagnóstico laboratorial. Deste total, 47 são de Cascavel. “A Adapar orienta os produtores quanto a vacinação antirrábica dos animais de produção, monitora os abrigos cadastrados de morcegos hematófagos, faz capturas estratégicas desses morcegos quando necessário e colhe material para o diagnóstico laboratorial dos animais mortos com sintomatologia clínica nervosa.”, descreve ela.

No fim de julho, o Jornal O Paraná produziu conteúdo jornalístico destacando o número crescente de casos no Paraná e em Cascavel. Naquela ocasião, em todo o Estado, já haviam sido oficializados 79 casos. Deste total, 40 provenientes de Cascavel. Em dois meses, o número de casos subiu 12% em todo o Paraná.

Conforme orientação da Adapar, a vacina é a única arma eficaz para a prevenção da doença. O fato de fazer o controle dos morcegos, não vai impedir o vírus de circular, tampouco mudar o hábito alimentar desses morcegos que sobrevivem exclusivamente de sangue. Embora essa vacina não seja obrigatória, seu custo (menos de R$ 2 a dose) é infinitamente inferior ao valor de uma cabeça de gado.

O correto é aplicar uma dose a partir dos três meses de idade, fazer um reforço após 21 a 30 dias e revacinar anualmente os animais. “Também é importante fazer um alerta para os produtores não pegarem os morcegos, pois além de serem animais protegidos pela legislação animal, têm o hábito de se lamber para a higienização, como os gatos e se estiverem contaminados com o vírus da raiva, a pessoa ao tocar um morcego, pode se contaminar também”, explica Elzira Pierre. Os servidores da Adapar são treinados e vacinados contra a raiva para poderem trabalhar com o controle dos morcegos hematófagos e com os animais doentes.

O animal infectado pelo vírus da raiva apresenta andar cambaleante, paralisia, sialorreia (produção excessiva de saliva) e opistótono (estado de distensão e espasticidade grave, no qual a cabeça, pescoço e coluna vertebral de um indivíduo formam uma posição em arco côncavo para trás).

Foto: Adapar