Cascavel – Na contramão da ansiedade da população em ter um ponto de ônibus em bom estado para aguardar a vinda ou auxiliar o desembarque no transporte público de Cascavel, segue a passos lentos a implantação dos novos abrigos na cidade. Do total do contrato de 815 pontos, que se arrasta desde fevereiro de 2020, apenas 405 abrigos já foram instalados, faltando ainda 410. Esta semana a chegada de mais 30 toneladas do aço, matéria prima utilizada nas estruturas, deve agilizar o serviço para a empresa que executando as instalações.
Em junho deste ano, a reportagem do Jornal O Paraná tratou do assunto, quando a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) decidiu conceder mais seis meses para Construtora Guilherme concluir o trabalho, prazo que termina em dezembro. O proprietário da empresa, Marco Antônio Guilherme, falou com a reportagem e explicou que o contrato estava sendo prejudicado devido ao atraso no trâmite do pagamento dos serviços.
Segundo Guilherme, foram feitos ajustes entre a empresa o Poder Público para tentar resolver o problema, já que que mesmo com o serviço executado, chegava a demorar até 90 dias para a empresa receber, já que primeiro era feita a medição por um engenheiro da Caixa Econômica Federal, depois pela Prefeitura de Cascavel, para então ser emitida a nota fiscal e, somente depois disso, ser feito o pagamento. Agora quando chega o material eles fazem a medição preliminar para agilizar o processo. “Estamos fazendo uma tentativa para terminar o serviço”, resumiu o empresário.
Marco Guilherme disse ainda que parte do vidro que faltava ser colocar em cerca de 60 abrigos já estão instalados e que já foram agilizadas as bases da calçada de outros locais. Porém, destaca que dos 410 pontos que ainda faltam ser instalados, o Município repassou a localização de 190 deles, faltando 220 para serem definidos. Guilherme completou ainda que com o novo material, serão priorizadas as coberturas, para depois serem colocar vidros, bancos e as lixeiras.
Região sul
Sandro Rocha Rancy, secretário da Sesop, informou que foi solicitado a empresa que recomece os serviços pela Região Sul da cidade, aonde foram retirados abrigos para serem substituídos, serviço que ainda não foi feito. Depois disso, a empresa seguirá um cronograma de outros locais, mas priorizando primeiro o abrigo e depois calçada e os outros itens. Nesses locais o serviço deve ser realizado em um prazo de 30 dias.
Sobre os locais que acabaram sendo vandalizados, Rancy disse que eles não estão no contrato com a empresa para serem reparados e, por isso, não serão prioridade neste momento, e que para resolver o problema terá que ser feita uma nova licitação para que, por meio de “um novo contrato”, sejam viabilizados esses pequenos reparos. O secretário disse ainda que, infelizmente, nesses locais a população é que acaba sendo prejudicada, pela ação dos vândalos que destroem o patrimônio público que é propriedade da própria população e é para o comum.
Impactos da pandemia
Sandro Rancy lembrou que o contrato foi firmado fevereiro de 2020, bem no início da pandemia, e que sofreu todos os impactos, principalmente o aumento dos custos dos materiais de construção civil. No caso específico dos abrigos, materiais como o ferro e vidro, além dos outros insumos, tiveram aumento nos preços. O valor inicial era de cerca de R$ 17 milhões, mas que já sofreu reajustes devido a esta alta dos preços.
A obra é financiada pela a Caixa Econômica Federal, com recursos do FGTS e que tem 5% de contrapartida do Município de Cascavel, para a instalação de todo o conjunto desde a construção da base, calçada e das rampas de acesso. São dois modelos que estão sendo executados, em um deles tem uma calçada maior, com as rampas de acesso e os outros menores de largura.
Foto: Arquivo/Secom