
“O comissário de polícia provincial acaba de retornar do local onde foram encontrados os cadáveres dos dois investigadores da ONU”, declarou Lambert Mende à AFP. “A mulher foi decapitada e o corpo do homem está inteiro.”
A polícia forense e membros da Monusco [Missão das Nações Unidas na RDC] deixaram os dois corpos no necrotério da missão no aeroporto de Kananga, capital da província de Kasai Central.
Ambos os especialistas, o americano Michael Sharp e a sueca Zahida Catalan, foram sequestrados junto com seus quatro acompanhantes congoleses em Kasai Central, reduto dos milicianos de Kamwina Nsapu, líder tradicional que se rebelou contra o governo de Kinshasa antes ser morto durante uma operação militar em agosto de 2016.
A violência entre as forças de segurança e milicianos de Nsapu começarou em Kananga, a capital de Kasai Central, em setembro de 2016, antes de se espalhar para as províncias vizinhas de Kasai Oriental, Kasai e Lomani, deixando pelo menos 400 mortos.
O grupo de peritos da ONU sobre a RDC é composto por seis pessoas nomeadas a cada ano pelo secretário-geral das Nações Unidas. Desde 2004, seus membros escrevem um relatório anual sobre o tráfico ilícito de armas no território congolês, desestabilizado por numerosos grupos rebeldes desde o final da Segunda Guerra do Congo (1998-2003).