Cotidiano

Prefeitura reafirma compromisso de busca solução definitiva para "Caso Gramado"

A reunião deveria ter acontecido na 2ª Vara Cível do Fórum de Cascavel, mas um desencontro de informações e de agenda impossibilitou a reunião com o Judiciário que tinha o objetivo de solicitar uma dilação de prazo para o cumprimento da reintegração de posse com uso da força policial na conhecida "Ocupação do Gramado".

Sem a possibilidade da reunião com o juiz Felipe Muller, secretários municipais, representantes dos moradores, da Imobiliária Transcontinental, do MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradias) e o assessor especial para Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, conversaram na sala de reuniões da Secretaria de Planejamento, no Paço Municipal.

Da reunião não sugiram novidades. O secretário de Planejamento, Fernando Dillenburg, apenas reafirmou o compromisso da administração em buscar uma solução para as 233 famílias originárias do processo da ocupação. Deste total, 51 famílias já foram contempladas com moradias em programas habitacionais (27 no Conjunto Riviera e 24 nos conjuntos Jaborá e Gralha Azul). Do restante, as famílias enquadradas na "faixa 1", com renda familiar até R$ 1.800,00, 98 famílias já foram realocadas provisoriamente em uma área do município no Jardim Veneza e outras 90 ainda estariam na área ocupada.

"Precisamos de prazo para fazer a busca de áreas do Município para transformar em lotes aptos a receber estas famílias. Mas, precisamos cumprir todo o trâmite legal, antes de repassar estas áreas à Cohavel, com a aprovação da Câmara de Vereadores, para então estas famílias terem a possibilidade de negociarem e construírem suas casas em uma área legal e definitiva", disse o secretário.

O secretário de Assuntos Comunitários, José Carlos da Costa, o "Cocão", ressaltou que " estamos tentando dialogar com as famílias para que não entrem em outras áreas de preservação como o que está acontecendo no Melissa. É preciso ter calma e cada parte colaborar para construir a solução".

Hamilton Serighelli participou da reunião e participou da conversação com as famílias que estavam concentradas em frente a Prefeitura desde o início da manhã de hoje. "Estamos buscando solução pacífica para todo essa polêmica, buscando o entendimento com as famílias, com a Prefeitura e a imobiliária. Desde setembro do ano passado as famílias, bem como o Município tinham consciência da decisão da reintegração. Agora, temos que encaminhar a saída das famílias da área e realocá-las da melhor forma possível até que haja uma solução definitiva", completou.
 
Diálogo

Ainda no início da manhã, o prefeito Leonaldo Paranhos atendeu o pedido das famílias que estavam em frente à Prefeitura e foi conversar com elas. Paranhos lembrou que a decisão judicial precisa ser cumprida, mas reconheceu o apelo social do problema. "E é exatamente por isso que tratamos esta questão com toda responsabilidade desde o início desta nova gestão. As famílias que estão cadastradas e participam desde o início deste processo serão atendidas pela Prefeitura, dentro do acordo que construímos. Agora, não podemos permitir que alguns oportunistas utilizem deste momento para tumultuar o processo e atrapalhar a solução que estamos prestes a consolidar", disse.
 
Reunião

Participaram da reunião os secretários Fernando Dillenburg (Planejamento), Luciano Braga Côrtes (Assuntos Jurídicos) e José Carlos da Costa; o advogado da Transcontinental, Paulo Rogério Ferreira Santos;  Sandra Tortato, representando os moradores;  Aderbal Mello, representando o MNLM; Luciana Bueno, da Defensoria Pública e Hamilton Serighelli, por parte do Governo do Estado.