Até o fim da tarde de terça-feira, autoridades haviam confirmada a presença dos sintomas em 46 pacientes
Tupãssi – O crescente e repentino número de pessoas à procura de atendimento na unidade básica de saúde de Tupãssi e no Hospital Padre Palmiro Finato, reclamando de vômito, fortes dores abdominais e diarreia, levantou a suspeita das autoridades de saúde em torno de um possível surto de virose. De quinta-feira até ontem, 46 pessoas foram atendidos no município reclamando dos sintomas, mais da metade são crianças. O primeiro caso foi registrado no hospital municipal, levantando a hipótese do problema ser centralizado. Entretanto, passadas algumas horas, pessoas de várias regiões da cidade começaram a procurar atendimento médico. Inclusive, oito profissionais da área de saúde que tiveram contato direto com os pacientes foram hospitalizados.
Na manhã de ontem, equipes de epidemiologia da 20ª Regional de Saúde, sediada em Toledo e do setor de saúde e vigilância sanitária de Tupãssi, realizaram entrevistas com as vítimas, com a finalidade de encontrar o agente responsável pelo surto.
Em um primeiro momento, a suspeita girou em torno da contaminação por intermédio da água. Mas testes realizados descartaram essa possibilidade. A análise da água dando negativo para a contaminação foi divulgada no sábado a tarde pelo SAATU (Serviço de Abastecimento de Água de Tupãssi).
O objetivo do levantamento de informações com os pacientes é confrontar os dados e saber se essa contaminação teria sido provocada por algum tipo de alimentação. Na segunda-feira, cinco alunos da Escola Municipal Vinícius de Morais reclamaram dos sintomas e foram dispensados das aulas.
Foram coletadas fezes dos pacientes infectados para exame a ser feito pelo Lacen (Laboratório Central do Estado). O resultado deverá ser divulgado nos próximos dias.
O secretário da Saúde de Tupãssi, Lari Pedro Nunes, disse que todos os esforços são concentrados no sentido de descobrir o que está desencadeando o surto. “Não vamos descansar enquanto não descobrir a causa desses sintomas”. Todos os procedimentos seguem o protocolo de segurança e atendimento da Sesa (Secretaria Estadual da Saúde), atendendo normativa do Ministério da Saúde.
O coordenador do setor de epidemiologia da 20ª Regional de Saúde, Marcos Cardoso, acompanha de perto os trabalhos em Tupãssi. “Desde que fomos comunicados, mobilizamos as equipes para investigar os casos”. A maioria dos atendimentos é feita em função das crises de diarreia e vômito.
Mãe e filho hospitalizados
A dona de casa Jéssica Lima dos Santos e o filho de apenas 1 ano de idade, são duas das 46 vítimas do surto registrado na cidade de Tupãssi. A equipe que investiga as causas esteve na manhã de ontem no Hospital Padre Palmiro Finato para realizar a entrevista com Jéssica. Ela conta se que alimentou normalmente no fim de semana e ao amandar o filho, começou a sentir os sintomas. Ambos foram hospitalizados e passam por tratamento medicamentoso receitado pela equipe médica para combater viroses.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Tupãssi, enfermeira Mirian Midori Miyake, teme que esses casos possam duplicar se o fator desencadeador não for descoberto o quanto antes. “Há ainda muitos casos de pessoas que estão fazendo o tratamento em casa, sem recorrer a atendimento médico”, cita.