Cotidiano

Logística precária provoca caos no Porto Seco

Foz do Iguaçu – A falta de mão de obra e capacidade estrutural voltaram a provocar um caos no maior Porto Seco da América Latina. A EADI (Estação Aduaneira do Interior), de Foz do Iguaçu, enfrenta há cerca de uma semana, problemas com o desembaraço de mercadorias que precisam de autorização para entrar no Brasil, vindas do Paraguai e da Argentina e também produtos a serem exportados aos países vizinhos.

A fila de caminhões é de perder de vista na Avenida Paraná e nas margens da BR-277. São cerca de 650 caminhões aguardando a liberação de cargas na parte externa do Porto Seco, gerando dificuldade e prejuízo às empresas que lidam com o transporte no Brasil e nos países fronteiriços. Há casos de caminhoneiros aguardam a liberação dos documentos há mais de uma semana, sem conseguir dar prosseguimento à viagem. Esse é um problema antigo e sempre esbarra no cerne logístico.

Um dos principais motivos é o número reduzido de auditores fiscais da Receita Federal para prestar esse tipo de trabalho na Eadi. São nove auditores no total, sendo que dois deles atuam no posto de fiscalização no lado paraguaio. Como forma de atenuar o problema, a direção do Porto Seco conseguir junto à Receita Federal, a cessão de um espaço destinado às mercadorias apreendidas, capaz de abrir em torno de 150 caminhões, mesmo assim, as filas ainda insistem em tomar conta das redondezas do Porto Seco. Muitos caminhoneiros preferem aguardam do lado de fora, às margens da rodovia ou em postos de combustível próximos.

Na semana passada, eram cerca de 850 caminhões. Com a liberação do pátio da RF, esse número caiu para 650. No ano passado, o tempo médio de espera era de 18 horas. Hoje, o caminhões fica aguardando o desembaraço pelo menos por 25 horas.

Fatores comprometeram ritmo de liberação

De acordo com o responsável pelo Porto Seco, Gilson Mocelin, a grande dificuldade é com relação à logística externa, gerada pela extensa fila de caminhões, que se espalham pela rodovia 277 e pela Avenida Paraná. “Para piorar, perdemos uma portaria de entrada dos caminhões no Porto Seco, comprometendo a eficiência dos serviços prestados”, pontua. Mocelin também aponta o feriado como fator de entrave. “O Brasil para de operar, mas os países vizinhos continuam produzindo, gerando cargas que precisam ser deliberadas”. Outro ponto envolvem os movimentos grevistas de órgãos anuentes.

O diretor de Comunicação do Sindicato dos Transportadores de Foz do Iguaçu, Paulo de Mello, manifesta preocupação. “Uma viagem que anteriormente levada no máximo dois dias, hoje não é concluída em menos de 10. O problema é que enquanto o caminhoneiro fica parado, vencem as contas comuns como financiamento, pneus, combustível, entre outros custos de manutenção”, explica.