São Paulo – Em dia de leitura frustrante sobre a economia chinesa, a Bolsa brasileira (B3) aprofundou o clima de realização de lucros visto na semana passada e fechou a segunda-feira (17) com queda de 1,66%, aos 119.180,03 pontos, no menor nível intradia desde 5 de maio. No câmbio, o dólar subiu 0,68%, a R$ 5,2807.
Na máxima, o Ibovespa tocou nos 121,1 mil pontos. No mês, o índice cede 2,15%, limitando os ganhos do ano a apenas 0,14%. Considerado um suporte importante, a linha de 120 mil pontos havia sido defendida com sucesso mesmo nos piores momentos das três sessões anteriores, quando prevalecia a percepção sobre o “risco Brasil”, associado especialmente à gestão fiscal, em meio à formatação de novo programa social, de maior alcance, e a dúvidas sobre a versão final da reforma do Imposto de Renda, cuja votação na Câmara foi adiada para esta terça-feira.
O pedido do presidente Bolsonaro por impeachment dos ministros Luis Barroso e Alexandre Moraes, do STF, é acompanhado também com atenção pelo mercado, em meio à turbulenta relação entre Executivo e Judiciário.
No exterior, “os mercados de ações têm apresentado um bom desempenho nas últimas semanas e a retração desta segunda-feira provavelmente tem muito a ver com isso”, observa em nota Craig Erlam, analista de mercado sênior da OANDA na Europa.
Em Nova York, Dow Jones e S&P 500 se firmaram em alta à tarde, e voltaram a renovar máximas históricas de fechamento, descolados da cautela externa. O crescimento econômico da China vai desacelerar este ano devido às enchentes do verão local e às medidas de restrições para conter o coronavírus, afirmou o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas do país, Fu Linghui, após uma série de dados que apontaram para esfriamento da atividade.