Saúde

Cenário é de “escassez de vacinas”, apontam secretários de Saúde

A questão orçamentária é considerada crucial neste momento

Vacinação drive thru na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), zona norte do Rio. A cidade do Rio de Janeiro retoma hoje (25) sua campanha de aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 em idosos da população em geral. Hoje serão vacinados os idosos com 82 anos.
Vacinação drive thru na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), zona norte do Rio. A cidade do Rio de Janeiro retoma hoje (25) sua campanha de aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 em idosos da população em geral. Hoje serão vacinados os idosos com 82 anos.

Brasília – A baixa cobertura vacinal no País na segunda onda da pandemia de covid-19 é uma das principais preocupações de estados e municípios. Em audiência púbica no Senado nessa quinta-feira (22), o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) apontaram a necessidade de aumento no orçamento para garantir o enfrentamento da pandemia, principalmente diante da previsão de um cenário de escassez de imunizantes para os próximos meses.

“Eu acho que a gente tem um cenário difícil, dificílimo. Para os próximos dois meses, a gente deve ter um cenário de escassez de vacinas, isso é preciso ser dito. A gente não sabe o que vai acontecer com a Índia, onde há um recrudescimento muito grande da doença, que é o maior exportador de IFA [Insumo Farmacêutico Ativo]. A gente não sabe o que pode acontecer”, disse Carlos Eduardo Lula, presidente do Conass.

A média brasileira de quase 3 mil mortes e de 63 mil novos casos é considerada preocupante, mesmo com uma pequena redução na última semana, e o número de pessoas internadas com a doença é alto. Por outro lado, a avaliação é que o Brasil tem capacidade de vacinar 3 milhões de pessoas por dia, mas falta insumo.

“O que falta é vacina. O cronograma apresentado sempre é reduzido pra baixo. Nunca temos a obediência desse cronograma como deve acontecer”, afirmou o presidente do Conasems, Wilames Freire.

A questão orçamentária é considerada crucial neste momento. Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou falta de planejamento do governo federal, que não reservou dinheiro para o enfrentamento da pandemia da covid-19 em 2021. Na audiência, representantes do tribunal explicaram que o processo ainda depende de uma decisão dos ministros. Técnicos do TCU defendem um orçamento separado para o combate à covid-19.

Kit intubação

Além disso, foi destacada a crise de fornecimento do kit intubação para pacientes internados com coronavírus. Segundo o Conasems, o aumento de 19 mil leitos de UTI para covid-19 neste ano impactou no consumo de medicamentos e na necessidade de mais profissionais. Foi detectado um número maior de pacientes jovens, obesos e que precisam de mais oxigênio e medicação. Também houve diminuição de internações de pacientes com mais de 80 anos e de profissionais de saúde, que já foram vacinados.

No Paraná, 1,5 milhão foram vacinados

Curitiba – Mais de 1,5 milhão de paranaenses receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. O número foi alcançado na manhã dessa quinta-feira (22). De acordo com o Vacinômetro da Secretaria de Estado da Saúde, às 18h de ontem, o imunizante havia sido aplicado em 1.505.762 pessoas, das quais 606.243 já receberam a segunda dose.

O total de paranaenses vacinados equivale a 14,4% da população do Estado e a 32% das cerca de 4,6 milhões de pessoas incluídas entre os grupos prioritários.

Segundo o planejamento local, que replica as orientações do PNI (Plano Nacional de Imunização), integram as prioridades aquelas pessoas mais expostas ao vírus, como trabalhadores da saúde e da segurança pública, ou que correm mais riscos de apresentar piora ou morrer pela doença, como pessoas com mais de 60 anos ou que apresentam algum tipo de comorbidade.

Para o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, as recentes iniciativas adotadas pelo governo do Estado estão sendo essenciais na disseminação da vacinação. De acordo com ele, as campanhas nos municípios buscam atingir o máximo possível de pessoas e fazer com que as doses enviadas pelo Ministério da Saúde cheguem rapidamente aos braços dos paranaenses.

Segundo o Vacinômetro, 2,470 milhão de vacinas foram distribuídas (82,3%). Das destinadas para a primeira dose, 100% foram aplicadas, além de 58,1% das doses de reforço.

Com a vacina já aplicada em praticamente 100% dos profissionais da saúde e nos primeiros da fila, a vacinação no Paraná está na faixa etária entre os 60 e os 64 anos.

Municípios

Na ordem, os municípios com o maior quantitativo aplicado até agora em números absolutos, somando a primeira e a segunda dose, são Curitiba (349.093), Londrina (136.196), Maringá (93.962), Cascavel (70.720) e Ponta Grossa (61.796).

Estado recebe 205.200 doses

O Paraná recebeu na noite de ontem 205.200 doses de vacinas contra a covid-19. São 166.000 da AstraZeneca/Fiocruz e 39.200 da CoronaVac/Butantan. As vacinas começam a ser encaminhadas às 22 Regionais de Saúde do Estado nesta sexta.

Essa é a 14ª remessa enviada ao Paraná pelo Ministério da Saúde. São 149.459 primeiras doses (72% do total) e 35.149 segundas doses, além da reserva técnica indicada pelo ministério.

Com o novo lote, o Estado ultrapassará a marca de 3 milhões de doses recebidas desde o começo do ano.

As doses da AstraZeneca estão indicadas para aplicação em idosos de 60 a 64 anos, correspondentes a 26% do público estimado. São 149.397 vacinas. É parte de um lote de 2.808.000 de imunizantes Covishield que será distribuído pelo Ministério da Saúde.

As do Butantan estão divididas em 62 primeiras doses para forças de segurança pública e salvamento (incluindo as Forças Armadas), 4.554 segundas doses para trabalhadores da segurança pública/salvamento/Forças Armadas e 30.595 segundas doses para idosos de 65 a 69 anos, referentes aos reforços das remessas 11 e 12. É parte de um lote de 700.000 doses a ser distribuído para todo o País.