Cotidiano

Pedágios faturaram R$ 2,3 bilhões em 2017

São Miguel do Iguaçu – Os seis lotes de concessionárias que fazem parte do Anel de Integração, cobrindo 2.493,50 quilômetros das principais artérias rodoviárias do Estado, faturaram, e bem, ano passado. Precisamente, foram: R$ 2.316.895.902,77. Para você não se perder, detalhamos: são 2 bilhões, 316 milhões, 895 mil, 902 reais e 77 centavos. Em comparação com 2016, o aumento na arrecadação foi de 12,6%.

Os números constam no Pedagiômetro, cujo relatório de encerramento do ano foi enviado pela Celepar ao DER (Departamento Estadual de Estradas de Rodagens) com a arrecadação das concessionárias, a pedido da equipe de reportagem do Jornal O Paraná.

Conforme o controle, pelas rodovias concessionadas no Paraná trafegaram quase 100 milhões de veículos durante 2017. O Pedagiômetro é um instrumento criado por lei para informar os paranaenses o quanto essas concessionárias faturam ao longo do ano.

Contratos de 20 anos

O Anel de Integração foi criado pelo Governo Jaime Lerner em novembro de 1997. O Estado e as seis concessionárias assinaram há duas décadas contratos de concessão com prazo de validade de 24 anos. Portanto, o contrato se encerrará daqui a dois anos, mas já é possível perceber a movimentação de segmentos estratégicos da sociedade pela não renovação dos contratos.

A queixa é com relação aos baixos investimentos e à falta de continuidade de obras tidas como estratégicas para o desenvolvimento das regiões.

No oeste do Estado, por exemplo, a luta gira em torno do término da duplicação da BR-277, cujo trecho hoje se estende de Foz do Iguaçu a Matelândia, restando a conclusão até Cascavel. Tem ainda a duplicação do trecho da BR-369 entre Corbélia e Cascavel, prometida, garantida e, claro, esquecida pelo Governo Beto Richa.

As que mais faturaram

No ranking de faturamento das concessionárias, a Ecocataratas (Foz do Iguaçu a Guarapuava) ficou na quarta posição, com arrecadação de R$ 322,4 milhões. A extensão da concessionária segue de Cascavel até a fronteira entre Brasil e Paraguai (145,8 quilômetros) e de Cascavel a Guarapuava (241,3 quilômetros). Nesse percurso, há cinco praças de pedágio, nos municípios de São Miguel do Iguaçu, Céu Azul, Cascavel, Laranjeiras do Sul e Candói. É a principal ligação do oeste com a capital paranaense. Por ela passaram 14,5 milhões de veículos ano passado.

A praça de pedágio da Ecocataratas com maior fluxo foi São Miguel do Iguaçu, com tráfego de 4,2 milhões de veículos, seguida por Céu Azul, com 3,4 milhões de veículos e a praça de Cascavel, com 2,2 milhões de automóveis, caminhões e motos circulando.

Para se ter uma dimensão de quanto o motorista desembolsa para trafegar por essas rodovias, para uma viagem de carro de ida e volta de Foz do Iguaçu a Curitiba, por exemplo, é preciso deixar pelo caminho somente com o pedágio R$ 110, isso sem contar as despesas com combustível.

Já para os motoristas de caminhão, o impacto é muito maior, com a viagem custando em torno de R$ 700 para os caminhões com sete eixos.

Em dezembro, como de costume, as concessionárias aumentaram o valor do pedágio entre 2,75% e 8,06%.

Na segunda posição do ranking, ficou a concessionária Viapar – Rodovias Integradas do Paraná, sediada em Maringá, com arrecadação de R$ 370,1 milhões. Essa é a concessionária responsável pelas obras no trecho da BR-369 no perímetro urbano de Corbélia e conta com uma praça de pedágio no Município. Por ela, ano passado, passaram mais de dois milhões de veículos.

Dos seis lotes sob concessão, o primeiro lugar em arrecadação ficou para o Lote 5, ligado à Rodonorte, que faturou o dobro que das demais. Em um ano, arrecadou o equivalente a R$ 748,4 milhões. Em tempo: a Rodonorte ocupa uma cobertura da malha rodoviária superior às outras concessionárias. A empresa do Grupo CCR, que opera o Lote 5 do Anel de Integração do Paraná, administra 567 quilômetros de rodovias no Paraná, formando o corredor de escoamento da produção agrícola do Norte.