Paraná e oeste têm recorde diário de mortes por covid-19

Foz do Iguaçu – O Paraná registrou ontem (15) o maior número diário de mortes por covid-19 desde o início da pandemia. Foram 116 óbitos, elevando para 6.859 o total de pessoas que perderam a vida por causa do novo coronavírus no Estado.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, pediu que a população continue se protegendo, pois a pandemia ainda não acabou e os hospitais estão cheios. “Um dia triste para toda a comunidade paranaense. Nós temos hospitais com leitos cheios, a pandemia não passou e o número de mortes aumentou. Então reforço que precisamos nos cuidar, seguir as medidas sanitárias e restritivas. Cuidar de si mesmo e dos entes familiares mais próximos. Mesmo com a vacina se aproximando, teremos um processo para iniciar a vacinação e até lá temos que manter os protocolos de cuidado. A luta é grande, nós vamos vencer, mas precisamos continuar juntos. Tem pessoas que há nove meses estão isoladas, em casa, e, em respeito a elas e àqueles que perderam a vida, nós temos que fazer a nossa parte”, apelou.

Na região oeste, nos municípios que compreendem a 9ª, a 10ª e a 20ª Regional de Saúde, também houve recorde diário de óbitos: foram 20 mortes, com total de 783 vítimas da doença. São cinco em Foz do Iguaçu (que chega a 228), três em Cascavel (que chega a 205), três em Toledo (que soma 84), duas em São Miguel do Iguaçu (que chega a 22), a 25ª de Medianeira, a quarta de São José das Palmeiras, a segunda de Catanduvas, a oitava de Corbélia, a terceira de Lindoeste, a 28ª de Marechal Cândido Rondon e a décima em Assis Chateaubriand. A região soma ainda 59.240 diagnósticos.

Diagnósticos

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) informou mais 2.458 casos e outros 5.070 retroativos de 13 de março a 12 de dezembro. Com isso, o Paraná chega a 336.825 diagnósticos da doença. Os casos ativos, com capacidade de transmissão, novamente registraram recorde, de 94.298 pessoas infectadas e com diagnóstico, das quais 1.273 estão internadas. O Estado tem ainda 10.801 amostras de exames em análise.

Internamentos também são recorde

A Sesa informou também 2.788 internamentos em leitos exclusivos para o tratamento da covid-19, o maior já registrado desde o início da pandemia. Desses, 1.273 têm diagnóstico confirmado e outros 1.515 aguardam resultados de exames.

A taxa de ocupação de leitos de UTI SUS Covid na Macrorregional Oeste aumentou um ponto percentual para 92%. Apenas 13 leitos livres estavam à disposição de uma população de quase 2 milhões de pessoas.

No fim da tarde, o gerente da Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu, Roberto Doldan, falou sobre o registro de mais de 200 casos diários da doença e do aumento da ocupação de leitos no Município e em todo o Estado. “A solução para essa situação é você cuidar de você e não precisar ir parar na UTI. Não podemos abrir leitos constantemente, até porque não é fácil fazer isso”.

Ele ressaltou o custo diário de um leito de UTI e observou também aumento de ocupação de leitos de enfermarias. “Um leito de UTI hoje custa R$ 8 mil por dia e a permanência média de um paciente é de 45 dias. Além da ocupação de UTIs, também temos verificado uma maior ocupação de enfermarias, ou seja, há mais pessoas desenvolvendo quadros graves que precisam de assistência e observação médica”, observou Doldan.

Outro fator citado pelo gerente da Vigilância Epidemiológica é o maior registro de casos, com base no mapa de calor em regiões que antes não tinham tanta incidência. “Nós podemos observar que o vírus está se espalhando pela cidade. A situação está complicada em todas as regiões. É preciso que cada um faça a sua parte, pois o vírus está presente em todos os lugares”, alerta.

Autoridades definem critérios para escolha de pacientes se faltar UTI

Toledo – Em meio a uma situação preocupante de ocupação de leitos de UTI na Macrorregional Oeste, autoridades da saúde pública e privada de Toledo debateram a proposta de protocolo para o caso de falta de leito.

Os critérios, formulados a partir de recomendações de diversas associações médicas nacionais foram apresentados a representantes dos hospitais: Bom Jesus, Doutor Campagnolo e Geral da Unimed, da 20ª Regional de Saúde e do Pronto-Atendimento Municipal Dr. Jorge Milton Nunes, e aprovados por unanimidade.

“O protocolo proposto define critérios para situações-limite, como a que estamos prestes a vivenciar. Se houver dois pacientes precisando de UTI e só uma vaga estiver disponível, essa ferramenta ajudará a regulação de leitos na escolha de qual vai ser atendido primeiro”, explica o médico integrante da comissão técnica do COE (Centro de Operações Emergenciais), Fernando Pedrotti.

O protocolo será encaminhado para análise das autoridades sanitárias estaduais. “O Município de Toledo vai apresentar a proposta na reunião da Comissão Intergestores Regional e será encaminhada à Sesa, que é a responsável pela Central de Regulação de Leitos na Macrorregional Oeste. Caso as normativas sugeridas sejam acatadas, é fundamental que os hospitais situados nos municípios que integram regionais de Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Pato Branco sigam o mesmo protocolo”, explica.

Pedrotti reforça os pedidos para que a população mantenha os cuidados no combate ao novo coronavírus: “O ideal seria que não precisássemos passar por isso, mas entendemos a necessidade de todos os profissionais da linha de frente no combate ao novo coronavírus e queremos informar à população sobre essa mudança de critérios. O momento é crítico e pedimos encarecidamente que todos se cuidem ainda mais, que não se esqueçam dos cuidados que têm nos acompanhado desde o início da pandemia, como higienizar as mãos várias vezes ao dia, ficar em casa sempre que possível e só sair quando for preciso e usando máscara do jeito certo e, sobretudo, evitar aglomerações”, salientou.