Médicos, pesquisadores e profissionais das áreas de urologia e de oncologia são unânimes em afirmar que exames de rotina são a melhor prevenção para o câncer de próstata. Esta glândula existe apenas no corpo masculino e fica abaixo da bexiga e à frente do reto. Envolve a porção inicial da uretra e produz parte do sêmen.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o segundo tipo mais comum da doença entre homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. A estimativa é de 65.840 novos casos em 2020.
A identificação do câncer de próstata no estágio inicial esbarra ainda no preconceito contra o exame do toque retal, que é uma das etapas necessárias no diagnóstico, inclusive do aumento benigno ou de inflamação da glândula.
O câncer de próstata costuma ser silencioso e só manifestar sintomas em fases mais avançadas, quando a chance de cura cai para 10%. Conforme o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2018, o número de óbitos em 2020 pode chegar a 15.576 no Brasil.
Bateria de exames para o diagnóstico precoce
Os homens devem procurar o urologista a partir dos 50 anos ou dos 40, se há casos na família. Cerca de 75% dos casos ocorrem a partir dos 65 anos.
Primeiro ponto a se considerar é se o paciente tem risco de desenvolver a doença. Para isso, são avaliados fatores hereditários, hábitos alimentares, obesidade ou sobrepeso, consumo em excesso de álcool ou tabaco. Também se esteve exposto a aminas aromáticas, arsênio, produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas, substâncias que estão associadas à doença.
Em segundo lugar, alguns sinais ao urinar são considerados suspeitos: dificuldade, diminuição do jato, sangue ou necessidade de ir ao banheiro mais vezes durante o dia ou à noite. Nem sempre estes sintomas são ocasionados por câncer, mas a causa deve ser investigada.
Para checar a suspeita, serão combinados dois exames. O primeiro é verificar a dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico) no exame de sangue. Um índice alto aponta para problemas na glândula. Este exame não é definitivo, porque há casos agressivos em que não há esta alteração nessa taxa.
Portanto, é necessária uma outra etapa: o toque retal. Por este exame, o médico consegue palpar a próstata e perceber se há nódulos ou tecidos endurecidos, o que pode indicar estágio inicial da doença. O local recebe anestesia em gel e o toque é feito com o dedo indicador protegido por luva lubrificada, é rápido e indolor.
Muitos pacientes evitam o exame por associarem, de forma indevida, a um ataque à virilidade ou simplesmente o considerem desnecessário. Não levam em consideração que a probabilidade de cura é de 90% se houver o diagnóstico precoce.
Permanecendo indícios, a próxima etapa será a retirada de amostras de tecido da glândula em uma ultrassonografia para uma biópsia para saber se é tumor maligno ou benigno. De acordo como Inca, o procedimento pode causar desconforto, presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes, e risco de infecção, o que é resolvido com o uso de antibióticos.
Podem ser solicitadas tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea para verificar se outros órgãos ou os ossos foram atingidos.
Tratamento
Nos casos onde o diagnóstico for positivo, o médico oncologista vai avaliar e explicar ao paciente os riscos e os benefícios do tratamento mais adequado conforme o estágio da doença.
Quando o câncer atingiu apenas a próstata, podem ser necessárias cirurgia e radioterapia. Para casos muito específicos, de baixo risco, há a possibilidade da observação vigilante, quando o tumor não é retirado e será feito um monitoramento com consultas, exames e biópsias frequentes.
Se for um estágio mais avançado, mas ainda na próstata, a indicação pode ser radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. No entanto, se houve metástase, ou seja, o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o mais indicado é a terapia hormonal.
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