Cascavel – No Paraná, 31 crianças estão desaparecidas. Pelo menos quatro delas sumiram nos últimos seis meses, conforme dados oficiais do Portal Desaparecidos Paraná, alimentado com boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil.
Três dos desaparecidos são da região oeste. O caso mais recente é o do menino Julio Cesar Correa de Quadros, desaparecido no último domingo em Cascavel. Segundo o apurado pela reportagem, o garoto de dez anos estava com uma família acolhedora desde dezembro de 2017. Na ocasião, ele havia sido encontrado pela Polícia Militar de madrugada, descalço, com fome e perambulando sozinho na no estacionamento de um posto de combustíveis. O garoto contou à polícia e ao Conselho Tutelar que saiu de casa porque era vítima de violência. Por essa razão, foi encaminhado a uma família acolhedora, onde permaneceu por pouco mais de dois meses.
O menino foi visto pela última vez no domingo trajando regata branca e bermuda jeans. A polícia não tem pistas do que pode ter acontecido.
Outro caso é de Carlos Eduardo Santos Machado, de seis anos de idade. Ele sumiu no dia 21 de fevereiro, na cidade de Sarandi, norte do Paraná. Os familiares não souberam precisar como o menino estava vestido nem como ocorreu o desaparecimento, mas no BO consta que ele sumiu da Rua 31 no Jardim Bom Pastor. Na Delegacia da Polícia Civil da cidade a informação é de que ninguém deu baixa sobre seu desaparecimento, indicando que a família segue sem notícias do menor.
Os dois casos se assemelham ao do menino Leonardo Pedroso, de 11 anos. Sua família é de Quedas do Iguaçu e está desaparecido desde dezembro do ano passado.
Na Delegacia da Polícia Civil da cidade ninguém foi localizado para falar sobre o caso, mas, segundo o relatório do seu desaparecimento, Leonardo morava na área rural. Ele foi visto pela última vez dia 10 de dezembro. Trajava uma camiseta branca e calça jeans.
Mais casos
Apesar do número elevado de crianças desaparecidas, a coordenadora do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Seju (Secretaria de Estado da Justiça), Sandra Xavier, afirma que passa longe de representar a realidade. Segundo ela, há dezenas de casos onde nem sequer as autoridades policiais são comunicadas sobre o sumiço dos menores. Nesses casos, a maioria das crianças e dos adolescentes é vítima de tráfico, para dentro ou fora do País.
“Há casos onde há a conivência da própria família. Temos muitas crianças e adolescentes sendo aliciadas na porta da escola, no shopping, mas principalmente pelas redes sociais. Certamente temos hoje dezenas de crianças e adolescentes desaparecidos no Paraná que não constam nas estatísticas oficiais”, denuncia.
Outros cascavelenses
Os outros cascavelenses oficialmente desparecidos são: a menina Thiele Terra Felipe, que saiu da casa da avó, com quem morava no Bairro Universitário, em dezembro de 2016, e nunca mais foi vista. Na época ela tinha dez anos de idade.
Já Adriano Marques da Silva sumiu em julho de 1986 na Rua Paraná, no Centro de Cascavel, na época com oito anos de idade. A família nunca mais soube do seu paradeiro.
Susto
Um caso recente registrado como desaparecimento diz respeito a uma bebê com menos de um ano na cidade de Boa Vista da Aparecida. Mas tudo não passou de uma confusão dentro da própria família. Ao chegar em casa e constatar que a menina não estava, o pai correu até a delegacia da Polícia Civil para registrar um possível rapto. O caso foi parar no site Desaparecidos Paraná, onde ainda permanece.
Ocorre que horas depois de registrar o boletim de ocorrência a menina foi localizada na casa dos avós. Segundo a Polícia Civil, o avô teria ido à casa e pegado o bebê sem comunicar os pais. Apesar de tudo estar aparentemente esclarecido, o caso permanece em alerta como desaparecimento.