Cascavel – O aumento na chegada de migrantes ao Paraná – estima-se que hoje existam mais de 30 mil em todo o Estado – ou mesmo daqueles que já estavam por aqui, mas que sofreram com a crise financeira e perderam seus empregos, fez com que os atendimentos no Ceim (Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná), ligado à Seju (Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos), tivessem aumento expressivo no primeiro bimestre deste ano. Desde sua implantação, em outubro de 2016, até o fim de fevereiro de 2018, foram 3.351 atendimentos, só que pelo menos mil deles – ou seja, quase um terço – foram realizados nos meses de janeiro e de fevereiro últimos.
Um grande número dos atendimentos é em busca de escolas para crianças e, mesmo para os adultos, emprego formal, informações jurídicas e de assistência social. “Neste mês de março até o momento esse índice tem se mantido e acreditamos que será algo próximo dos atendimentos feitos em fevereiro, com a possibilidade de uma ligeira elevação”, conta a coordenadora do Centro, Maria Tereza Rosa.
Maria Tereza revela que a maioria dos atendimentos, sete em cada dez, continua sendo a haitianos, mas uma informação chama ainda mais a atenção. Apesar de muitos deles terem deixado o Estado em busca de mais oportunidades com o acirramento da crise em 2016 e 2017, o que se vê é um movimento dinâmico. “Enquanto muitos vão, outros tantos chegam”. Em regra, o que se tem notado, inclusive, é que aqueles que aqui permaneceram estão trazendo a família que havia ficado no país caribenho. “O que se observou é que primeiro vieram os homens, de 18 a 50 anos, depois as esposas e mais recentemente as crianças. Como muitas dessas crianças estavam sob a guarda de idosos no Haiti, parte desses idosos veio agora (…) há ainda os haitianos que chegaram aqui em 2011 já com certa idade e que hoje também são considerados idosos”, completa a coordenadora.
Somente em Cascavel o número de haitianos legalizados beira os 2,5 mil. Uma expectativa da Polícia Federal é de que menos de 5% deles já tenham passado dos 60 anos, mas com uma tendência à elevação deste percentual.
35 etnias
Com base nas informações da coordenadora do Centro Estadual, Maria Tereza Rosa, desde outubro de 2016 foram realizados 1.076 cadastros de migrantes ou refugiados de 35 diferentes etnias que estão hoje no Paraná. “Como existem casos onde um mesmo cadastro possui mais do que um atendimento, chegamos então à marca de 3.351 desde a implantação do centro”, avaliou, ao afirmar que em janeiro foram 694 e outros 422 somente em fevereiro. Considerando uma média mensal de 200 procedimentos até então, o volume foi duas vezes maior neste início de ano.
Das 35 nacionalidades já atendidas ali, o destaque continua sendo de haitianos, que correspondem a 77% do total.
Seis mil haitianos e o retorno do Chile
Na microrregião de Cascavel, envolvendo municípios próximos onde existem grandes frigoríficos, estima-se que existam hoje cerca de 6 mil haitianos e, segundo o movimento observado pela Cáritas Diocesana da Arquidiocese de Cascavel, a partir da Pastoral do Migrante coordenada pelo padre Wilnie Jean, muitos que haviam deixado o oeste do Paraná e procurado o Chile atrás de emprego, por exemplo, já iniciaram o caminho de volta. Alguns inclusive sendo deportados. “Como a situação econômica no Chile também não está muito boa, muitos estão voltando (…) Também notamos um número maior de idosos chegando, assim como de crianças haitianas na nossa região”, afirma o padre que fica de plantão, de segunda a sexta-feira, na sede da Cáritas, para atendimentos a migrantes e refugiados.
Assista o vídeo com imagens exclusivas de uma família sendo deportada no Chile
Venezuelanos chegando
Em uma linha histórica o que se observa é que 77,4% da população atendida pelo Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná é composta por haitianos, os cubanos vêm em seguida com 3,98%, os sírios são os próximos da lista com 3,8% e só em quarto lugar estão os venezuelanos, com 2,8%. Ocorre que esse cenário tende a mudar em breve no Paraná, diante da característica histórica do Estado em receber migrantes e refugiados. Aos poucos os venezuelanos desembarcam por aqui em busca de abrigo, comida e emprego, deixando seu país de origem que está assolado numa crise civil e econômica, fugindo do regime ditatorial do presidente Nicolás Maduro. “A presença deles ainda é tímida aqui, mas estão chegando aos poucos. Acreditamos que pela característica de como foi o recebimento dos haitianos no Estado, que a estrutura disponível vai tornar o Paraná um dos principais estados para recebimento de venezuelanos também (…) Estamos preparados do ponto de vista técnico”, destacou a coordenadora do centro, Maria Tereza Rosa.
Na região de Cascavel esse desembarque também está sendo observado de forma lenta e gradativa. A Pastoral do Migrante atende a oito venezuelanos que vivem em Cascavel. Três deles, todos da mesma família, chegaram na última terça-feira. “Fizemos algumas orientações e eles estão morando em uma quitinete. Vieram como tantos outros em busca de emprego e sem dinheiro, numa situação muito complicada, nem dinheiro para pagar as taxas na Polícia Federal para emissão dos documentos eles têm”, revela o padre coordenador da Pastoral, Wilnie Jean.
Venezuelanos chegando
Em uma linha histórica o que se observa é que 77,4% da população atendida pelo Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná é composta por haitianos, os cubanos vêm em seguida com 3,98%, os sírios são os próximos da lista com 3,8% e só em quarto lugar estão os venezuelanos, com 2,8%. Ocorre que esse cenário tende a mudar em breve no Paraná, diante da característica histórica do Estado em receber migrantes e refugiados. Aos poucos os venezuelanos desembarcam por aqui em busca de abrigo, comida e emprego, deixando seu país de origem que está assolado numa crise civil e econômica, fugindo do regime ditatorial do presidente Nicolás Maduro. “A presença deles ainda é tímida aqui, mas estão chegando aos poucos. Acreditamos que pela característica de como foi o recebimento dos haitianos no Estado, que a estrutura disponível vai tornar o Paraná um dos principais estados para recebimento de venezuelanos também (…) Estamos preparados do ponto de vista técnico”, destacou a coordenadora do centro, Maria Tereza Rosa.
Na região de Cascavel esse desembarque também está sendo observado de forma lenta e gradativa. A Pastoral do Migrante atende a oito venezuelanos que vivem em Cascavel. Três deles, todos da mesma família, chegaram na última terça-feira. “Fizemos algumas orientações e eles estão morando em uma quitinete. Vieram como tantos outros em busca de emprego e sem dinheiro, numa situação muito complicada, nem dinheiro para pagar as taxas na Polícia Federal para emissão dos documentos eles têm”, revela o padre coordenador da Pastoral, Wilnie Jean.