O dia 14 de novembro é lembrado anualmente como o Dia Mundial do Diabetes, doença crônica que afeta a maneira como o corpo metaboliza a glicose. No Brasil, 16 milhões de pessoas têm a doença, ou seja, um em cada nove adultos, e estima-se que 46% deles nem mesmo saibam. Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), em 2045 serão 20 milhões de doentes.
Não bastassem as limitações da própria doença, o diabetes é um fermento para o infarto e o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Mais da metade dos indivíduos que possuem alguma doença cardíaca têm também algum transtorno relacionado à glicose no organismo.
De acordo com a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), mais de dois terços das pessoas que morrem do coração têm diabetes e mais de 80% das mortes por diabetes estão relacionadas a problemas cardíacos e renais, ou seja, vasculares.
Geralmente, o paciente só é diagnosticado quando apresenta lesão na retina, ou no rim, disfunção erétil ou doença cardíaca, por exemplo. Nesses casos, o diabetes evoluiu silenciosamente sem ser detectado e a confirmação tardia pode trazer complicações irreversíveis. O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir ou minimizar tais problemas.
A doença se manifesta por meio de dois tipos. O tipo 1 é caracterizado pela falência das células beta no pâncreas; e o tipo 2 se dá por resistência à ação da insulina, tendo a obesidade como um dos principais responsáveis. Aproximadamente 90% dos casos se apresentam dessa forma e a OMS (Organização Mundial de Saúde) atribui à má alimentação e à falta de exercício físico.
A OMS projeta que, em 2025, haverá 2,3 bilhões de pessoas com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos no planeta, aumentando, consequentemente, o número de pessoas com diabetes.
Prevenção
“O diagnóstico do paciente diabético, hoje, está associado ao aumento do peso, que está relacionado a hábitos contemporâneos não saudáveis, como inatividade física e excesso de alimentos calóricos. Se as pessoas fizerem exercícios, ingerirem uma menor quantidade de alimentos calóricos e tiverem possibilidade de fazer dieta saudável, rica em alimentos naturais, elas terão uma menor ingestão de caloria. Reduzindo o peso, você vai diminuir a sua sobrecarga na produção de insulina”, explica o diretor de Promoção de Saúde da SBC, José Francisco Saraiva.
Para ele, a criação de hábitos de vida saudáveis é a maior ferramenta na prevenção do diabetes. Para aqueles que já possuem a doença, o melhor a fazer é controlar a insulina, o que perpassa também pelos bons hábitos de vida. A dieta saudável, baseada em alimentos naturais e evitando o consumo de produtos processados, como açúcar, também diminui drasticamente o risco de doenças cardiovasculares.
“Existem inúmeros trabalhos na literatura que apontam para essa questão: quanto mais exercícios se faz, quanto menor o peso, menor a sua chance de complicações de saúde. É muito importante fazer o bom controle da glicose e sabemos que não é apenas isso, mas também o controle do colesterol, da pressão arterial e o combate ao tabagismo. Esse conjunto de ações é que leva à prevenção de problemas cardiovasculares, principalmente infarto e AVC. O problema do diabetes não é somente a doença cardiovascular, são também problemas renais; problemas dos vasos, levando à amputação; nos olhos, levando à cegueira. Não adianta o indivíduo fazer prevenção do infarto e não prevenir outros problemas”, garante o cardiologista.