Sobre o tédio na vida sexual do casal, compartilhamos as dicas sugeridas pelo terapeuta e constelador familiar alemão Thomas Schäfer, publicadas em seu livro “Wie aus Leiden wieder Lieben wird: Man und Frau aus Sicht des Familien-Stellens” (Knaur Verlag, ebook, 2012). O autor organiza suas indicações em oito pontos, os quais seguiremos nesta exposição.
Primeira: precisa existir amor entre o casal! Quando esse sentimento deixa de existir, as técnicas sexuais que ensinam posições e truques podem até despertar o prazer, mas serão incapazes de nutrir a relação do casal de modo permanente.
Segunda: abandonar tudo o que costuma ser lido nas revistas sobre como apimentar a vida sexual do casal. Se isso funcionasse de fato, não haveria tanta queixa sobre tédio na vida amorosa de casais estáveis.
Terceira: falar sobre aquilo que desagrada no modo como o encontro sexual acontece. A outra pessoa não tem como adivinhar. Trata-se de referir com precisão de que maneira determinados toques afetam o corpo, seja quando causam prazer, mas também desprazer e até mesmo dor.
Quarta: manter-se permanentemente no estado de presença. A tendência, quando há tédio, é “fugir” mentalmente para outras situações: preocupações cotidianas, cenas eróticas com outras pessoas etc. A indicação é: permanecer o tempo todo exclusivamente entregue ao movimento do corpo e fazer tudo aquilo que seu corpo lhe faz sentir, sem censura!
Quinta: jamais avaliar nem comparar um encontro sexual com um encontro anterior. Pode acontecer que, numa determinada vez, o orgasmo excepcional foi ao final de um movimento intenso, mas em outro, pode acontecer num silêncio quase meditativo! Ancorar o resultado em algo mental limita. Ancorar no coração, na conexão profunda com a outra pessoa, é muito mais propício ao êxito.
Sexta: entregar-se inteiramente ao ritmo do que acontece. O ritmo mais lento auxilia o homem a adiar o orgasmo e possibilita à mulher, por vezes, a alcançar mais orgasmos durante a mesma relação. Quanto mais naturalmente o casal ajusta seu movimento ao tempo de cada um como se fosse um só corpo, maiores serão as possibilidades de um prazer intenso a ambos.
Sétima: sentir o ritmo do outro e ajustar o próprio ritmo ao dele. Quando se procede dessa maneira, consegue-se mais facilmente sentir a energia que flui sem a necessidade da troca de palavras. Quem fala nesse momento são os corpos!
Oitava: dizer a si mesmo interiormente, de tempos em tempos, a seguinte frase: “Tenho o direito humano de experimentar minha sexualidade com pleno prazer”. Isso tem por função apagar uma eventual programação negativa trazida da família de origem, ou de experiências sexuais negativas anteriores.
O casal exercitou por diversas vezes as indicações acima e mesmo assim o resultado não foi satisfatório? Talvez seja a hora de buscar ajuda terapêutica. O importante é que o casal não se acomode à situação de tédio como se fosse algo inevitável, ou “coisas da idade”. As trocas de energia durante um encontro sexual prazeroso são vitais para uma relação saudável e prolongada.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar.
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