A Polícia Civil do Paraná (PCPR) resgatou no primeiro semestre deste ano aproximadamente 400 animais que sofriam maus-tratos ou eram mantidos de maneira criminosa em cativeiros, em ações em Curitiba e na Região Metropolitana.
Do total de resgates, 80% foram de animais domésticos, como cães e gatos, além de cavalos. Nestes casos, eles são encaminhados para a Organização Não Governamental (ONG) O Protetor Independente, onde ficam disponíveis para adoção. Os outros 20% dos resgates são de animais silvestres, como cobras, tartarugas e algumas espécies de aves, que são levados para o Centro de Apoio à Fauna Silvestre da Prefeitura de Curitiba.
De janeiro a junho, a PCPR resgatou, em média, dois animais por dia. O número demonstra que a Polícia Civil do Paraná não diminuiu a intensidade de seus trabalhos de fiscalização e atuações especializadas, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus.
A maioria dos cães resgatados não têm raça definida. No primeiro semestre houve 78 operações e somente três delas tiveram como alvo criadores. De acordo com o delegado da PCPR responsável pelas ações, Matheus Laiola, isso mostra que o principal alvo não é o criador, mas sim o bem-estar animal como um todo.
MAIS GRAVE – Apenas em uma das operações, em abril, a PCPR resgatou cerca de 80 cães em um canil clandestino em Bocaíuva do Sul, na RMC. “Esta foi a nossa maior ocorrência e houve uma força-tarefa para encaminhar os animais para recuperação e posteriormente para adoção”, relembra Laiola.
O delegado da PCPR diz ainda que, naquela ocasião, os policiais civis chegaram a encontrar animais mortos que estariam sendo servidos de alimento para outros cachorros. “Os cães estavam em péssimas condições, com feridas e até mesmo sujos de urina e fezes”.
No local também foram encontradas medicações usadas de forma inadequada e aplicadas pela própria tutora, sem qualquer especialização, documentação ou autorização para fazer isso. A mulher foi autuada em flagrante pelo crime de maus-tratos.
A ação contou com o apoio da Organização Não Governamental SOS 4 Patas, de médicos veterinários e o do Instituto de Criminalística.
INTERIOR – Laiola explica que é comum surgirem denúncias de municípios do Interior. Nestes casos, a investigação é iniciada pela unidade especializada da PCPR e posteriormente encaminhada para as unidades locais darem prosseguimento.
Segundo o delegado, a equipe especializada PCPR já conduziu investigações de casos ocorridos em Londrina (Norte), Maringá (Noroeste) e Cascavel (Oeste).
PENALIZAÇÃO – Os tutores dos animais resgatados são autuados por crimes previstos na Lei Ambiental e assinam Termo Circunstanciado, podendo responder ao processo em liberdade. Se condenados, estão sujeitos à multa e em casos mais graves podem pegar até um ano de prisão.
SOCIAL – Além do trabalho de polícia judiciária, a Polícia Civil também atua em diversas ações sociais em prol dos animais e tutores dos mesmos que estejam em situações vulneráveis. Voluntariamente, os policiais civis ajudam a entregar alimentos para cachorros comunitários e cestas básicas para quem é responsável por eles.
DENÚNCIAS – As denúncias sobre crimes ambientais praticados contra animais podem ser feitas pelo telefone 181 ou pelo site http://www.181.pr.gov.br.