Apesar da leve melhora de alguns indicadores, o Brasil segue patinando na sua própria crise. No ano passado, provamos que otimismo e promessas não são suficientes para fazer a economia crescer, gerar mais empregos e melhorar a renda do povo. Faltou muito mais de todas as partes.
O governo não conseguiu cumprir a agenda que se propôs e sabia ser crucial para alavancar a economia. Para piorar, sem uma fórmula para pôr em ação o que chama de “nova política”, não sabe como lidar com a “velha política” e os choques com os demais poderes se traduzem em muita conversa e pouca ação.
A falta de um planejamento claro e coerente se manifesta quase que todos os dias. Propostas são lançadas ao vento para testar sua “popularidade”. Qual exemplo melhor que a recriação da CPMF? Soltam a bomba, esperam para ver se explode, e então se retiram de campo transferindo a culpa a um bode expiatório. Nesse vaivém todos perdem e, pior, perdemos tempo precioso.
Grandes empresários também parecem ter se esquecido de alguns compromissos assumidos. No fim de 2018, um grupo de simpatizantes ao governo recém-eleito anunciava a “agenda pró-Bolsonaro”, que incluía o projeto “empregue mais um” para estimular a criação de postos de trabalho. Eles prometiam gerar 1 milhão de empregos no primeiro ano do Governo Bolsonaro. Pois bem, 2019 terminou e o saldo de empregos pouco passou de 644 mil vagas. A maioria delas gerada por micros e pequenas empresas, que não estavam naquele grupo de simpatizantes.
O pibinho de 2019 não pode ser atribuído apenas aos tropeços do governo, pois muitos dos que assumiram compromissos deixaram de fazer o que prometeram.