São Paulo – Depois de começar o dia em leve baixa, o dólar passou a subir no fim da manhã por causa da tensão geral com o rápido avanço do coronavírus e fechou janeiro no maior valor nominal da história, aos R$ 4,2850.
Em algumas casas de câmbio a moeda americana encostou nos R$ 4,50, variando entre R$ 4,40 e R$ 4,48 ao longo do dia. No mês, a moeda se valorizou em 6,80% e, nos últimos 12 meses, 17,09%.
O Ibovespa encerrou janeiro com a primeira variação negativa para o mês em quatro anos e terminou em baixa pela segunda semana seguida, acompanhando a aversão a risco no exterior. A queda foi de 1,66%, e a Bolsa fechou aos 113.606,95 pontos.
A ampliação da máxima do dia ocorreu paralelamente à divulgação da queda do índice da atividade industrial de Chicago para 42,9 em janeiro, menor nível desde 2015.
Coronavírus
De acordo com operadores do mercado financeiro, o catalisador principal da desvalorização das divisas emergentes se dá pelo risco com o rápido alastramento do coronavírus para 22 países, incluindo a China, além de seus quatro territórios (Macau, Hong Kong, Taiwan e Tibete).
Entre o fim da tarde de quinta e até a sexta-feira, Reino Unido, Itália e Rússia relataram seus primeiros casos de coronavírus. Com isso, o mercado global dissipou o alívio que vinha desde quinta, após a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomendar restrições de viagens por conta da doença, apesar de ter declarado emergência global de saúde pública.
No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou que só irá elevar o grau de risco de nível 2 para 3 – o mais alto – quando for confirmado o primeiro caso de coronavírus no País. Na última atualização, na tarde de ontem, havia 12 casos suspeitos em cinco estados: Ceará (1), Paraná (1), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina (1) e São Paulo (7).
Emergência
Os Estados Unidos declararam nessa sexta-feira emergência em saúde pública nacional por causa do coronavírus e anunciaram que irão proibir temporariamente a entrada de estrangeiros vindos da China.
As medidas têm como objetivo diminuir o risco de propagação do vírus internamente. Seis casos da doença já foram confirmados nos EUA.