Santa Terezinha de Itaipu – Dez policiais militares que atuavam no destacamento de Santa Terezinha de Itaipu e outras duas pessoas foram presas nesta segunda-feira(10) na Operação Desviados, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-PR (Ministério Público do Paraná).
De acordo com o que foi apurado durante as investigações, que já duram mais de um ano, os policiais estariam cobrando valores para liberar muambeiros e estariam desviando parte das mercadorias apreendidas, que eram vendidas e o “lucro” dividido entre eles. “Os policiais abordavam compristas e contrabandistas, cobravam para deixá-los seguir viagem ou na maioria dos casos apreendiam e desviavam as mercadorias ou parte delas. Constatamos que essa parte desviada era distribuídas entre os PMs e outra parte era encaminhada para terceiras pessoas que revendiam esses produtos. Dentre elas os dois detidos, que não são PMs, e um terceiro ainda foragido. Esses três atuavam como operador financeiro, receptador e informante do grupo suspeito, além de fazer a venda das mercadorias na internet, por exemplo”, explica o coordenador do Gaeco em Foz do Iguaçu, Tiago Lisboa Mendonça.
Os policiais utilizavam inclusive as viaturas para fazer o transporte dos produtos. “Nós tivemos uma situação de flagrante de dois PMs em agosto que transportavam produtos de Foz do Iguaçu a Santa Terezinha dentro da viatura. Eles foram presos na época e estavam em liberdade provisória, assim, foram presos novamente na operação”, esclarece o coordenador.
Contrabandistas faziam denúncias
O coordenador do Gaeco Tiago Lisboa Mendonça afirma que diversos contrabandistas entraram em contato denunciando a prática dos policiais. “Lidamos com uma situação delicada, em que o agente da lei, que deveria reprimir e coibir esse tipo de conduta, acaba cometendo crimes contra esses contrabandistas que são criminosos também. Isso gera uma estranheza”, ressalta Tiago.
Efetivo
A PM não divulgou qual o efetivo que atuava em Santa Terezinha de Itaipu, mas afirmou que, com a prisão dos dez PMs, um remanejamento de efetivo do 14º Batalhão de Foz do Iguaçu será feito para que não haja prejuízo à comunidade no quesito segurança.