Greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo, cenário pré-eleitoral, um veranico imprevisto e carga tributária extremamente pesada. Estes são alguns dos principais fatores que massacraram a geração de empregos formais no comércio cascavelense no mês de junho, segundo o Sindilojas (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Cascavel e Região Oeste do Paraná).
De acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, o comércio fechou 283 postos de trabalho no mês passado em Cascavel. O setor foi o que mais desempregou no período, e registra o pior saldo para o mês desde 2003, quando iniciou a série histórica do Ministério.
Para o semestre este foi também o mês em que mais houve demissões. Para se ter uma ideia, o setor não fechava no vermelho desde fevereiro, quando foram encerradas 54 vagas.
Conforme o presidente do Sindilojas, Leopoldo Furlan, o que tem influenciado e muito no momento de contratar um novo funcionário são os impostos, não só no que tange aos encargos trabalhistas, mas principalmente aqueles que vêm embutidos nas mercadorias. “O lojista não consegue mais pagar os impostos e quando isso acontece, a solução é enxugar a máquina”, afirma.
Virtual
Furlan comenta ainda que a concorrência das lojas físicas com o mercado virtual também tem sido uma forte aliada no que se refere à contratação de mão de obra. “Existe esta concorrência e muitos ainda não se adaptaram”, diz.
Outros setores
E não foi somente o comércio que demitiu em junho. Segundo o Caged, Cascavel encerrou 502 vagas formais de emprego no mês passado, resultado das 3.512 admissões menos os 4.014 desligamentos. A indústria da transformação fechou 126 postos, assim como a construção civil (-52), o setor de serviços (-36), a agropecuária (-19) e a administração pública (-3). Apenas os serviços industriais de utilidade pública e a extrativa mineral contrataram mais do que demitiram, e criaram respectivamente, 15 e duas vagas formais de emprego em junho.
Já no semestre, o resultado foi positivo, com a abertura de 1.860 postos formais de trabalho, puxados especialmente pelo setor de serviços, que de janeiro a junho gerou mais de 1,5 mil novas vagas em Cascavel.