Reportagem: Juliet Manfrin
Foz do Iguaçu – A chuva que não dá as caras desde julho “batizou” outubro com destruição. Os temporais começaram já no dia 1º, terça-feira, com danos de silos e muito prejuízo sobretudo na área rural de cidades paraguaias, não muito distantes da fronteira com o Brasil.
Ontem foi a vez do lado de cá receber chuva, mas ela veio acompanhada por fortes rajadas de vento, trovoadas e granizo em parte do oeste.
Em Foz do Iguaçu o céu escureceu rapidamente no meio da tarde. O mesmo aconteceu em São Miguel do Iguaçu. Um leitor disse ao Jornal O Paraná que o tempo estava limpo e dez minutos depois, por volta das 16h30, a chuva torrencial e as rajadas de vento atingiram São Miguel do Iguaçu.
Em Capitão Leônidas Marques a mudança no tempo provocou estragos em pelo menos seis residências, em uma delas o teto acabou cedendo.
As famílias foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros, mas não houve feridos.
Essas condições vinham se desenhando desde o início da semana com o avanço de uma frente fria. Ontem pela manhã o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) publicou alerta laranja. Nele estavam em destaque todo o estado do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e parte do Paraná, sobretudo nas regiões oeste, sudoeste e parte do noroeste.
O alerta chamava a atenção para a possibilidade de chuvas torrenciais e em elevado volume, o que não se confirmou no oeste, mas ventos intensos que poderiam chegar a 100 km/h com queda de granizo. Na região, a velocidade máxima do vento registrada foi em Foz, com 53 km/h. “Há risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos”, alertava o Inmet.
Por volta das 17h foi a vez de a Defesa Civil do Estado do Paraná emitir alerta para risco de chuvas moderadas e rajadas de vento.
Apesar dessas condições, não houve registro de estragos em grande monta nem feridos. Em Foz do Iguaçu e na microrregião as informações davam conta de que ao menos 20 residências foram parcialmente atingidas por destelhamentos.
Em Toledo a chuva forte começou pouco antes das 17h. Apesar de vento moderado, não houve acionamentos via Defesa Civil.
Em Cascavel o céu escureceu pouco depois, por volta das 17h30. A chuva veio acompanhada de ventos de 50 km/h.
Na média geral, não choveu muito pelo oeste, mas serviu para dar uma amenizada no calorão e dar uma trégua à secura, no campo e na cidade.
A boa notícia para quem esperava mais precipitação é que a chuva vai permanecer até domingo, quando deve chover, no acumulado, ao menos 40 mm, volume suficiente para fazer brotar a soja cultivada e reduzir os problemas respiratórios, além de dar um novo fôlego a rios e mananciais.
Nesta semana a umidade do ar chegou a despencar a 20% em alguns municípios do oeste. O mínimo para boas condições de saúde é de 60%.