Brasília – Com uma inflação estimada em 1.000.000% neste ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou ontem (20) um pacote de medidas que inclui o chamado "Madurazo", que é corte de cinco zeros da moeda local, que se chamará bolívar soberano.
Porém, o governo define o atual momento de “ponto de reflexão”. "Vamos desmontar a perversa guerra do capitalismo neoliberal”, afirmou o presidente.
Segundo as autoridades da Venezuela, haverá um novo redesenho da política fiscal e tributária do país, incluindo subsídios para a gasolina, reajustada em quatro pontos percentuais, e a definição de câmbio único, que flutuará de acordo com as definições do Banco Central Venezuelano.
A nova moeda venezuelana, cujo símbolo é Bs.S., tem cinco zeros a menos em comparação ao bolívar, que coexistirá para operações bancárias menores.
As novas notas de Bolívar soberano são de 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 já estão nos bancos e foram colocadas em circulação ontem mesmo. Os símbolos das notas têm referência ao petróleo, pois a Venezuela tem grandes reservas.
De 1913 até este ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do país foi reduzido pela metade, segundo o FMI, que prevê uma inflação superior a 13.000% em 2018 e um índice de desemprego de 36% até 2022.
Roraima volta a pedir limite de entrada de venezuelanos
O governo de Roraima voltou a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão temporária de entrada de imigrantes em território brasileiro para tentar conter o perigo de conflitos e o “eventual derramamento de sangue entre brasileiros e venezuelanos”.A ação foi protocolada ontem (20) pela Procuradoria-Geral estadual, um dia após os conflitos entre brasileiros e venezuelanos registrados em Pacaraima (RR) motivarem cerca de 1,2 mil estrangeiros a deixar o Brasil às pressas, segundo o Exército.
Na ação cautelar, o governo estadual sugere o estabelecimento de uma “cota para refugiados”. A medida condicionaria o ingresso em território brasileiro à execução de um plano de interiorização dos imigrantes, a ser coordenado pelo governo federal.
Além da cota, o governo estadual também cobra que as autoridades federais estabeleçam barreiras sanitárias na fronteira. A proposta é exigir dos imigrantes a apresentação dos atestados de vacinas obrigatórias a fim de impedir a propagação de doenças sob controle ou já erradicadas no Brasil, como o sarampo.