Foz do Iguaçu – O diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, acompanhou, na manhã dessa quarta-feira (7), com os diretores do consórcio responsável pela construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, o início da montagem do canteiro de obras onde será erguida a estrutura entre os dois países, ligando as cidades de Foz do Iguaçu e Presidente Franco, sobre o Rio Paraná.
O local fica nas imediações do Marco das Três Fronteiras, um dos atrativos turísticos de Foz. A obra dará um novo status para a região do Bairro Porto Meira, na margem brasileira.
O vaivém de tratores e retroescavadeiras e a movimentação de operários, jornalistas e curiosos – entre moradores e autoridades locais – deram a largada na construção efetiva da segunda ponte na região. “Estamos vivendo um momento histórico: este local onde aqui estamos hoje nunca mais será o mesmo”, disse o general. “Com a assinatura da ordem de serviço na semana passada, com o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, acionamos o cronômetro para acompanhar a construção desta obra.”
De acordo com o diretor brasileiro, a nova ponte será um marco no desenvolvimento da região. Os recursos para a obra já estão reservados. “Fizemos um manejo de contratos e projetos para termos os recursos disponíveis”, informou.
Silva e Luna explicou que uma equipe técnica da Itaipu acompanhará todo o desenvolvimento da obra para autorizar os pagamentos, que serão efetuados a cada conclusão das etapas.
Para o engenheiro Osman Bove, gerente de contrato do Consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, responsável pela construção, a garantia dos recursos por parte do Itaipu dá tranquilidade para que as empreiteiras se preocupem apenas com a questão técnica da obra. “Nossa foco será essencialmente técnico; esta é uma obra complexa que demanda muita experiência”.
O investimento de R$ 463 milhões é feito totalmente pela margem brasileira da Itaipu. Desse valor, R$ 323 milhões serão usados na construção da ponte e R$ 140 milhões nas obras da Perimetral Leste, entre a ponte e a BR-277. A previsão é de que, no pico das obras, sejam contratados cerca de 500 trabalhadores e que de 10 a 12 empresas atuem de forma indireta na construção da ponte.
Com 760 metros de comprimento e vão-livre de 470 metros, o maior de uma ponte estaiada no Brasil, a obra terá duas torres de 120m de altura. A pista será simples, com 3,7m de largura, acostamento de 3m e calçada de 1,7m. O investimento previsto também contempla algumas desapropriações que serão necessárias para a construção da Perimetral.
Primeira etapa
De acordo com o coordenador da obra, André Toledo de Carvalho, os próximos dias serão de bastante trabalho na região com a execução da terraplanagem, a construção de cercas no entorno e a criação de acessos aos pontos principais da obra. “São Pedro tem sido bom conosco”, relatou André Toledo, “por isso temos que aproveitar esta janela de oportunidade para acelerar os trabalhos”. Segundo ele, o nível baixo do Rio Paraná também facilitará a construção das ensecadeiras que vão proteger as obras dos suportes dos pilares da ponte.
O engenheiro explica que esse trabalho inicial é o mais importante de toda a obra, com os esforços são voltados para a construção do bloco principal, que vai segurar os mastros de 120 metros, responsáveis pela sustentação da ponte. “Não é uma obra muito grande, mas muito complexa tecnicamente. Se você mexer um parafuso do lado do Brasil altera um parafuso do lado paraguaio”, ilustrou.
A movimentação de equipamentos e material entre as duas margens, ainda de acordo com André Toledo, será feita por meio de balsas e pela Ponte da Amizade. “Não descartamos também a possibilidade de comprar matéria-prima no Paraguai”, conta o engenheiro.
Perimetral Leste
A Perimetral Leste vai conectar a Ponte da Integração com a BR-277, em Foz do Iguaçu, desviando do Centro o tráfego pesado de caminhões. Essa obra está a cargo da Construtora JL, de Cascavel. A exemplo da ponte, o prazo de execução também será de 36 meses, contando a partir da assinatura da ordem de serviço. A expectativa da construtora é que essa assinatura aconteça até a próxima semana.
Do prazo total, os dez primeiros meses serão dedicados à conclusão dos projetos executivos e trâmites burocráticos.
Neste contrato também está prevista a construção da aduana na margem brasileira, com os postos da Receita e Polícia Federal.