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Ouro de “Netinho” nos Jogos de Lima 2019 coroa nova fase do taekwondo brasileiro

Paraibano garante para o Brasil o terceiro título na história da modalidade no Pan. O país acumula agora 17 pódios no esporte, sendo três ouros, cinco pratas e nove bronzes

Ouro de “Netinho” nos Jogos de Lima 2019 coroa nova fase do taekwondo brasileiro

Quando Edival Marques (Netinho) subiu no tablado dos Jogos Pan-Americanos em busca do pódio, o jovem de 21 anos sabia que o título seria simbólico. A conquista da medalha de ouro na categoria até 68kg sobre o dominicano Bernardo Pie, por 17 x 14, coroou o ano histórico que o taekwondo brasileiro está vivendo. Depois das cinco medalhas no Mundial disputado na Inglaterra, a modalidade chegou ao terceiro pódio nos Jogos Pan-Americanos de Lima e o terceiro ouro da história do país. Netinho recebe o apoio do programa Bolsa Pódio da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Foto: Jonne Roriz/COB

O ouro deste domingo (28) foi um passo importante na concretização da vaga olímpica para o jovem paraibano. Os Jogos de Lima contam pontos para o ranking classificatório para Tóquio 2020. “Já estou pensando em Tóquio. Vamos tentar a classificação pelo ranking. Aqui foram distribuídos 40 pontos. Na próxima atualização devo subir bastante e continuar na briga pela vaga”, revelou Netinho.

Em Lima, Netinho confirmou o favoritismo na categoria até 68kg. Em 2018, o lutador conquistou a medalha de ouro durante o Pan-Americano da modalidade, que contou com os mesmos adversários deste domingo (28.07). No mesmo ano, o paraibano foi escolhido como o melhor atleta de taekwondo pelo Prêmio Brasil Olímpico. Atualmente, ocupa o oitavo lugar no ranking mundial.

Netinho foi observado como uma grande promessa desde as categorias de base. Em 2014, quando tinha 16 anos, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, na China. Em Lima, colocou de vez o seu nome entre os principais lutadores do país. “No último ano medalhei em dois Grand Prix. Venho mostrando ao decorrer do tempo que não era só promessa, que com o tempo iria mostrar resultados. Hoje fui campeão pan-americano e isso tem um significado muito grande”, comemora.

Caminho do ouro

Netinho iniciou lutando direto nas quartas de final. Ele venceu com facilidade os dois primeiros combates, contra o costarriquenho Juan Soto e o chileno Ignacio Morales. As vitórias foram garantidas por 30 x 17 e 18 x 7, respectivamente.

Já a disputa pelo ouro foi difícil para o brasileiro. Netinho mostrou agressividade e jogo intenso. O Brasileiro saiu na frente. O dominicano Bernardo Pie, porém, surpreendeu e virou o confronto em 5 x 11. Entretanto, o brasileiro mostrou habilidade e controle mental para se manter na luta.

“Fiquei um pouco preocupado quando ele virou, mas percebi que estava bem fisicamente, melhor do que ele. Aí chutei até o final da luta, até ele não aguentar mais. Graças a Deus consegui virar”, analisou. A vitória foi garantida por 17 x 14. “Eu estava ansioso, a gente treinou bastante para não perder. Ainda bem que consegui manter o favoritismo”, completou.

Destaques

O taekwondo é o destaque do Time Brasil nos primeiros dois dias de competições. O Brasil soma três medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. No primeiro dia de lutas, Talisca Reis conquistou a prata na categoria até 49kg e Paulo Ricardo o bronze na categoria até 58kg. Na história da modalidade, o país acumula agora 17 pódios, sendo três ouros, cinco pratas e nove bronzes.

O taekwondo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Lima conta com oito atletas, dos quais sete são apoiados pelo programa Bolsa Atleta, com investimento cerca de R$ 300 mil reais ao ano da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Diferentemente de outros esportes, o taekwondo conta com a força máxima nos Jogos Pan-Americanos, com a presença de medalhistas mundiais e olímpicos. A ex-atleta e chefe da delegação da modalidade no Pan, Natália Falavigna, ressalta que os pódios em Lima ganham significado ainda maior para os atletas. “Você tem uma gama de atletas do calibre nível A de todos os países aqui. É um passo importante para a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Uma medalha em Lima tem que ser muito comemorada, porque lutaram os melhores do mundo”, explicou Natália.