Cascavel – O dia 15 de fevereiro é dedicado ao Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, data instituída em 2002 pela Childhood Center International com apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde), como trouxe edição de ontem do O Paraná. Segundo dados do Painel de Oncologia do Ministério da Saúde, somente no ano passado o Paraná diagnosticou mais de 500 casos de câncer em crianças e jovens, de 0 a 19 anos.
No Brasil, o câncer já é considerado a primeira causa de morte por doenças entre a população nessa faixa etária, representando 8% do total. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que para cada ano do triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 8.460 novos casos de câncer infantojuvenis no país. Um dos piores problemas é que o reconhecimento do câncer infantojuvenil pode ser difícil já que os sintomas podem ser iguais aos de outras doenças comuns durante a infância e a adolescência.
Entre os sintomas que os pais devem ficar atentos, os mais comuns são as dores progressivas, febre sem causa aparente ou doença que não melhora, dores de cabeça frequente e acompanhada de vômito, alteração repentina na visão, nódulo ou inchaço incomum, palidez repentina e perda de energia, quedas e contusões frequentes, mancar ao caminhar, perda de peso repentina e sem explicação e hematomas pelo corpo. Por isso é fundamental que familiares e responsáveis fiquem atentos aos sinais e sintomas e levem suas crianças regularmente ao pediatra.
A médica Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria do Inca, vinculado ao Ministério da Saúde, destacou a importância do diagnóstico precoce que identifica o tipo de tumor, característica biológica e como aquele tumor se apresentou na criança. A partir dessas informações, ela lembra que pode ser feito um planejamento de tratamento que será individualizado para cada paciente.
Doença curável
Segundo a médica, o câncer pediátrico é, hoje em dia, uma doença muito curável. Nos países com renda alta, Sima disse que mais de 80% das crianças com câncer serão curadas. No Brasil, o índice de cura oscila em torno de 75% e varia de acordo com a região do país. O câncer pediátrico tem maior incidência em meninos do que em meninas, mas ainda não foi identificada a razão.
O tratamento do câncer em uma criança leva uma média de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença. A partir daí, começa a fase de controle, que dura em torno de cinco anos. “É um tempo muito bom. A doença não volta e a criança pode ser considerada curada”, disse a médica. Para este ano, a estimativa do Inca é de cerca de 8,5 mil casos novos de câncer infantil no Brasil, sendo 4,3 mil de meninos e 4,2 mil de meninas.
Covid: Ocupação em UTI aponta queda pela primeira vez em 2022
Rio de Janeiro – A ocupação de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) para Covid-19 no SUS apresentou tendência de queda pela primeira vez neste ano, segundo nota técnica divulgada no início da noite de ontem (15) pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Desde o fim de 2021, a explosão de casos provocada pela variante Ômicron aumentou progressivamente a demanda por vagas de internação, pressionando o SUS em diversos estados e no Distrito Federal.
Segundo a Fiocruz, na análise realizada com base em dados de 14 de fevereiro, caiu de nove para quatro o número de estados com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados. Os pesquisadores consideram que a situação é de alerta crítico quando o SUS dispõe de menos de 20% de leitos disponíveis para pacientes graves com Covid-19.
“Os avanços na campanha de vacinação foram fundamentais no sentido de impedir maiores números e percentuais de casos críticos e graves, internações e óbitos. Porém não podemos ignorar que os riscos de reveses permanecem. É central que se avance ainda mais na campanha de vacinação”, afirma a Fiocruz. “A vacinação é a arma mais potente que dispomos para o enfrentamento da pandemia.”
Zona de alerta
Continuam na zona de alerta crítico o Rio Grande do Norte (80%), Pernambuco (81%), Mato Grosso do Sul (85%) e Distrito Federal (99%), enquanto Tocantins (64%), Piauí (77%), Espírito Santo (79%), Mato Grosso (72%) e Goiás (72%) caíram para a zona de alerta intermediário, com variação entre 60% e 80% de leitos ocupados.
A Fiocruz informa ainda que 15 estados registraram ao menos cinco pontos percentuais de queda na taxa de ocupação dos leitos. Mesmo assim, 14 estados permanecem na zona de alerta intermediário: Rondônia (74%), Acre (63%), Pará (63%), Alagoas (60%), Sergipe (61%), Bahia (70%), São Paulo (66%), Paraná (71%) e Santa Catarina (71%), além dos estados já citados.
As demais unidades federativas estão fora da zona de alerta, com menos de 60% dos leitos de UTI ocupados. A exceção é Roraima, que não foi incluído na análise devido à grande volatilidade de percentuais, já que tem apenas 27 leitos disponíveis.