Saúde

MS diz que vai adquirir a “1ª vacina que chegar ao mercado”

O governo espera receber 100 milhões de doses dessa vacina, cuja tecnologia de produção deve ser repassada ao Instituto Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz

Brasília – O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correa de Medeiros, disse ontem que o governo federal pretende comprar “a primeira vacina que chegar ao mercado”, independentemente do país que a produzir.

Em audiência na Câmara dos Deputados, Medeiros afirmou que fará, nos próximos dias, uma visita ao Instituto Butantã, que participa do desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus Coronavac com a empresa chinesa Sinovac Biotech. Também disse que o ministério já realizou reuniões sobre vacina em teste na Rússia, mas não deu detalhes da conversa.

A aposta do governo federal, por enquanto, é no modelo desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca e a universidade de Oxford. O governo espera receber 100 milhões de doses dessa vacina, cuja tecnologia de produção deve ser repassada ao Instituto Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz.

Em transmissão nas redes sociais no último dia 30, o presidente Jair Bolsonaro disse que seu governo está “no consórcio de Oxford” e não “daquele outro país” (a China).

Além de ser desenvolvida por empresa da China, a militância de Bolsonaro ataca a vacina testada no Butantã por ser uma aposta do governador João Doria no combate à pandemia. Medeiros, secretário do ministério, ponderou que, apesar de estar de olho em todas as drogas para imunização, o governo só comprará aquelas que apresentarem eficácia.

Estratégia nacional de imunização

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, adiantou nessa quarta-feira (5) a preparação que está sendo feita para a estratégia nacional de imunização de brasileiros quando a vacina contra a covid-19 estiver disponível no País. O assunto foi discutido na Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar o enfrentamento à pandemia.

Segundo Correia, está sendo feito o mesmo cálculo usado para a vacina contra influenza, cerca de 100 milhões de doses no País. O secretário disse que, tendo em vista as taxas de letalidade desse grupo, idosos e pessoas com comorbidades, como cardiopatia e obesidade, estarão entre os primeiros a receber a vacina. Também estarão no grupo prioritário os profissionais de saúde.

As primeiras 30,4 milhões de doses vão chegar em dois lotes: metade, 15,2 milhões, em dezembro e a mesma quantidade em janeiro. “Com o avanço da ciência, acreditamos que, em dezembro, talvez, já passemos o Ano-Novo de 2021 com pelo menos 15,2 milhões brasileiros vacinados para covid-19 e possamos, juntos, construir essa nova história da saúde pública do nosso país”, disse Arnaldo Correia.

Além dessas 30 milhões de doses, o País deve receber outras 70 milhões, ainda sem cronograma de entrega. A ideia, segundo o governo, é de que seja feita ainda no primeiro trimestre.