Cascavel - Mais uma semana e mais um boletim de casos de arboviroses refletiu em um novo aumento de casos da doença que está em evidência na cidade. O boletim semanal registrou um aumento de 59 novos casos da febre chikungunya. Passando de 218 para 277 casos confirmados.
Além disso, foram registrados mais 10 casos de dengue. Passando de 46 para 56, em plena semana de muita chuva, sol e calor. Este é um clima propício para o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Região Norte
Os casos estão mais concentrados na Região Norte da cidade, sendo 174 casos no Bairro Brasmadeira e 31 no Interlagos. Estes bairros são bem próximos. Além disso, de acordo com a diretora da Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rozane Campiol, infelizmente os casos continuam aumentando, principalmente nesta região. Somente nesta semana contabilizou mais 34 casos dos 59 novos.
Ela disse que diversas ações estão sendo feitas nesta região. Esgotando todas as alternativas. Por isso, na semana passada foi realizada uma reunião e uma força-tarefa – ambas em conjunto com a comunidade – para fazer uma união em relação ao recolhimento dos lixos.
“Com esse tempo chuvoso acaba retardando um pouco a nossa atuação. A equipe ainda está trabalhando lá na região e a comunidade, não só a Secretaria de Saúde e outras secretarias também estão envolvidas”, descreveu.
Segundo Rozane, o problema é que nesta região tem uma grande quantidade de resíduos que precisam ser retirados daquele local para tentar conter nessa proliferação. Para isso, é importante o envolvimento da comunidade como um todo. Sobre o fumacê, ela reforçou que os sete ciclos preconizados pelo Ministério da Saúde já terminaram. Por enquanto, não pode haver mais aplicação.
Ainda sobre a ação de limpeza, ela disse que os servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda estão em atividade. Além disso, os agentes continuam naquela localidade, inclusive em alguns locais onde o fumacê não tinha alcance. Nessas regiões mais de área verde, está sendo aplicado inseticida com bomba costal.
“Esse trabalho continua, a cada 15 dias é feita essa tarefa e os agentes também estão fazendo ação de raio bloqueio, porque nós continuamos tendo casos positivos”, descreveu.
Liraa
Campiol anunciou que os agentes de endemias farão o primeiro Liraa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) a partir do dia 17 de fevereiro. Ele foi atrasado neste ano devido à aplicação do fumacê. Ele constitui um método simplificado que proporciona uma rápida obtenção de indicadores entomológicos. Permite uma compreensão abrangente da distribuição do vetor Aedes aegypti.
Para ela, outra situação que preocupa é o clima. Este é um período de crescimento pois a condição do calor e a chuva faz com que se tenham acúmulos de água. É um ambiente favorável para o mosquito colocar os ovos.
“Este é um período que exige mais cuidado por parte do morador para evitar esses prováveis criadouros. Então este momento é de alerta máximo em relação à contenção dos criadouros”, falou.
Dengue
Outra situação relatada por ela, é que grande parte dos casos está concentrada na região Norte. Contudo, existem casos de dengue no Município inteiro, em quase todos os bairros.
“É importante que a população faça aquela tarefa de casa, de realmente, semanalmente ou sempre que tiver um tempinho, estar verificando se não tem nenhum local que possa estar acumulando água. Essa luta só pode ser vencida com a ajuda de todos. Então é a união de todas as partes para que a gente consiga combater o mosquito”, finalizou.
Grupo de trabalho
Para tentar conter este avanço, o Município criou em janeiro um grupo de trabalho para “planejar e executar ações”. Prevê-se que a cidade tenha uma segunda epidemia da doença. No ano epidemiológico anterior, houve mais de 32 mil casos de dengue e 58 mortes. A “Sala de Situação das Arboviroses para estratégias de enfrentamento” é o nome técnico para o grupo de profissionais. A partir de agora, será reunido periodicamente para analisar o cenário e traçar as ações.
Portanto, buscando reduzir o mosquito Aedes aegypti, transmissor de três principais doenças, conhecidas como as arboviroses. Nesta quinta-feira (6) pela manhã, o grupo esteve reunido para tratar de novas ações que estão sendo planejadas. Elas devem ser anunciadas nos próximos dias.