A Sesa (Secretaria da Saúde do Paraná) iniciou nesta segunda-feira (2) ações de mobilização contra o vírus HIV e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) em todo o Paraná. As iniciativas marcam o início da campanha nacional Dezembro Vermelho e o Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro. Junto com as secretarias municipais, o Programa de DST/Aids da Sesa preparou uma extensa programação para marcar a data em todo o Estado.
As Regionais de Saúde estão acompanhando as iniciativas de prevenção junto aos municípios, com diversas pautas como seminários, ações nas escolas, divulgação nas mídias, nos conselhos de saúde e testagem, dentre outras. O objetivo das ações é conscientizar a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico, tratamento e apoio às pessoas vivendo com o HIV/Aids, além de reduzir o estigma e a discriminação associados à doença.
Em números
Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) mostram que, depois de 43 anos dos primeiros casos, a Aids, que representa o estágio avançado da infecção pelo vírus do HIV, levou à morte mais de 630 mil pessoas no mundo. O número de pessoas infectadas é de 39,9 milhões até este ano. Estima-se que 1,3 milhão de pessoas foram infectadas recentemente.
No Paraná mais de 15 mil pessoas já perderam a vida em decorrência da doença, desde o surgimento do primeiro caso, em 1984. O vírus pode ser transmitido por via sexual, sanguínea e de mãe para filho – chamado de transmissão vertical. Neste ano, de janeiro até novembro foram notificados 658 casos de Aids no Paraná. No ano passado inteiro 971 e em 2022, 972 casos.
O Sinan Pet (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) também registrou o diagnóstico de 1.736 casos de HIV neste ano e de 4.923 casos nos dois últimos anos. Os números indicam uma leve redução nos números de óbitos por Aids nos três últimos anos. Em 2024 houve 379 óbitos, menos que em 2023 (554) e 2022 (564).
Informações
Para a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti Lopes, a epidemia ainda continua sendo um desafio para a saúde pública, por isso, a importância de levar informação e sensibilizar a população geral, especialmente os jovens, sobre a prevenção e cuidado, em relação às infecções sexualmente transmissíveis. “O HIV/Aids não é apenas uma questão de saúde, mas envolve aspectos sociais, econômicos e psicológicos que impactam profundamente a vida das pessoas afetadas”, afirmou.
a Maria Goretti. “Por meio da testagem, de campanhas educativas e de prevenção temos a oportunidade de desmistificar o HIV e reduzir o estigma que ainda cerca a doença, permitindo que mais pessoas busquem testes e tratamento sem medo de discriminação”, disse.
Ações permanentes
A Sesa realiza de forma permanente diversas campanhas de prevenção com ações direcionadas às Infecções Sexualmente Transmissíveis para a população. Durante todo o ano são feitas capacitações junto às 22 Regionais de Saúde e municípios sobre diagnóstico em tempo oportuno, prevenção e promoção da saúde. Desde 2019, a Secretaria de Estado vem fortalecendo a expansão da Profilaxia Pré-Exposição, que é um método de prevenção indicado para pessoas que podem ter maior chance de contato com o vírus do HIV.
A chefe da Divisão de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Sesa, Mara Franzoloso, reforça que o Paraná oferta, ainda, o acesso gratuito ao diagnóstico dessas doenças, com a realização de testes rápidos para detecção da presença do vírus do HIV/Aids, sífilis e hepatite viral em toda rede pública e saúde do Estado. “Os resultados desses exames ficam prontos em cerca de 30 minutos. Além disso, realizamos de forma regular a distribuição de insumos preventivos aos 399 municípios do Estado”, explicou.
Cascavel
Segundo a coordenadora do Cedip (Centro Especializado de Doenças Infecto-Parasitárias), Josana Dranka Horvath, em Cascavel são 1.405 casos oficialmente notificados desde o ano de 2015, sendo que deste total 64,9% são do sexo masculino e 35,9% do feminino. A faixa etária que tem concentrado maior número de diagnóstico é de 20 a 34 anos, com um percentual de 61%.
Já as pessoas com mais de 50 anos contabilizam 19% dos casos. Conforme Josana não se observa queda de números de casos em nenhum momento desde o início dos diagnósticos e que o aumento de casos ocorre de acordo com a quantidade de testes realizados, sendo que mesmo com toda informação disponível, o “tabu” ainda é um grande problema para o diagnóstico e tratamento e as pessoas não fazem o teste.
Os testes podem ser feito tanto no Cedip como em todas as unidades de saúde pode ser feito o teste de sangue que fica pronto em até três dias, já o teste rápido que sai em 30 minutos e, além disso, ainda existe o autoteste que a pessoa pode levar e fazer em casa e gratuitos. A coordenadora disse que o ideal é que todas as pessoas que são sexualmente ativas façam o exame pelo menos uma vez ao ano
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
O HIV ou “Vírus da Imunodeficiência Humana” ataca o sistema imunológico, deixando o organismo sem defesa contra outras infecções e, quando a pessoa é infectada já aparece no exame em 30 dias. A Aids, ou “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida” pode demorar de 5 a 10 anos para se manifestar, portanto, quanto antes a pessoa souber, antes inicia o tratamento. Existem várias forma de tratamento e por isso, o quanto antes a pessoas souber, antes ela vai iniciar com a medicação e cuidar para não transmitir o vírus a outras pessoas.