Cascavel – A Secretaria Municipal de Saúde divulgou na manhã de ontem, durante entrevista coletiva, o resultado do primeiro ciclo do Liraa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) de Cascavel. A preocupação é com a elevação no índice, de 0,6% para 2%, colocando o setor em alerta, visto que a cidade passou por uma grande epidemia da doença no ano epidemiológico que encerrou em julho do ano passado, totalizando 13,1 mil casos da doença e 15 óbitos.
Este novo levantamento apontou que a cidade está em risco médio para infestação, já que o recomendado pela a Organização Mundial de Saúde é de até 1%. Há localidades em que o índice é bem maior, chegando a quase 5% de infestação.
A cidade 18 casos confirmados da doença e no mesmo período do ano passado, eram 16. O trabalho de levantamento do índice ocorreu no começo desta semana. Foram vistoriados 4.750 imóveis distribuídos em todas as regiões da cidade. Durante os trabalhos, os agentes realizam uma técnica de pesquisa larvária, coletando larvas em 100% dos depósitos encontrados em cada domicílio, o que permite, além de quantificar as amostras, identificar tipo de criadouro, evidenciando a prevalência de criadouros em cada estrato.
O levantamento que é realizado quatro vezes ao ano, é fundamental para atualizar o índice de infestação do mosquito no Município. Com os dados das localidades, o setor de Controle de Endemias planeja e programa ações de tratamento e outras ações intersetoriais necessárias nas áreas de maior risco.
Duas regiões da cidade tem os índices ainda maiores. A região que contempla os bairros Nova York, Pacaembu, Cascavel Velho, Jardim Itália, Veneza, Presidente, Lago Municipal e Veredas está com 4,9% de infestação e a região do Angra dos Reis, Esmeralda, Siena, Santos Dumont, Aeroporto, Guarujá, Quebec, 14 de Novembro e Santa Felicidade está com índice de 4,6%. A partir de agora o Setor do Controle de Endemias vai planejar ações nesses locais.
O secretário de Saúde, Miroslau Bailak, disse que os dados são preocupantes porque o aumento é bastante expressivo e, isso pode desencadear uma nova epidemia da doença na cidade antes da chegada do frio, entre março e abril. “Precisamos nos mobilizar para alertar a população de que cada um continue fazendo a sua parte para que não tenhamos uma nova epidemia”, pediu.
Segundo Bailak, é importante reforçar que a dengue deve ter um cuidado periódico e como já praticamente “nos livramos da Covid-19”, não podemos continuar com outra doença tão preocupante, mas que pode ser prevenida. “Se não permitirmos que o mosquito coloque os seus ovos em água parada, não teremos a doença e é isso que reforçamos sempre. Os agentes estão fazendo a sua parte, mas precisamos sempre da população que precisa cuidar do seu quintal, do quarteirão, do seu bairro”, conclamou o secretário.
No Paraná
Nesta semana, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou os dados atualizados da doença do Paraná. Foram confirmados mais 2.435 casos, 151 a mais que na semana anterior. Os dados acumulados de agosto de 2022 até 17 de janeiro contabilizam 35.174 casos suspeitos de dengue, sendo que os novos casos confirmados representam 7% deste total.
O Estado não teve nenhum registro recente de óbito, permanecendo com três mortes confirmadas nas cidades de Foz do Iguaçu, Maripá e Rolândia.
“Estamos em um período de calor, com bastante ocorrência de chuvas. Isso traz o alerta para que a população aumente os cuidados contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue. Deixar os quintais limpos e eliminar todos os recipientes que acumulem água são ações fundamentais para evitar a proliferação do mosquito”, alertou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.