Brasília – Pessoas infectadas com a covid-19 podem apresentar quadros de desnutrição, já que a doença impacta no processo de ingestão de proteínas e calorias. Uma pesquisa realizada no Brasil mostrou como a nutrição especializada pode contribuir para a recuperação dos pacientes.
O levantamento foi realizado nos hospitais Sírio-Libanês, na capital paulista, e Caridade São Vicente de Paula, em Jundiaí (SP), por Dan Waitzberg, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e Paulo Cesar Ribeiro, chefe da Comissão de Terapia Nutricional do Hospital Sírio-Libanês.
Apresentado no congresso da Espen (Sociedade Europeia de Nutrição e Metabolismo), um dos eventos científicos mais importantes do mundo, o estudo procurou compreender como as MGSs (manifestações gastrointestinais e sensoriais) como diarreia, constipação, náuseas, anorexia, dor abdominal, paladar alterado e perda de olfato, podem afetar a nutrição de pacientes internados com coronavírus.
Durante o acompanhamento, os pesquisadores descobriram que os pacientes que tinham sintomas gastrointestinais e sensoriais dificilmente alcançavam 60% das suas necessidades energético-proteicas, o que favorecia o surgimento da desnutrição entre eles.
Resultados
Durante a pesquisa, os cientistas brasileiros analisaram se a ingestão de 600 kcal mais 35g do suplemento diariamente poderiam diminuir o risco nutricional causado pela covid.
De acordo com os dados, os pacientes que receberam o suplemento tiveram suas necessidades energético-proteicas atendidas em 95,7% do tempo. Em comparação, apenas 69,6% dos pacientes que receberam a dieta padrão alcançaram mais de 60% das necessidades energético-proteicas.
“O estudo mostra que a nutrição especializada tem um papel muito importante na recuperação dos pacientes, oferecendo um tratamento mais preciso e eficaz e otimizando um sistema de saúde que ainda está sobrecarregado”, afirma Waitzberg. (Metrópoles)