Saúde

Com alta demanda, ambulatório gratuito já pede mais médicos

A demanda tem sido tão grande que a Associação Médica está solicitando apoio de mais médicos para fazer parte da escala voluntariamente

Com alta demanda, ambulatório gratuito já pede mais médicos

Cascavel – Uma iniciativa voluntária de um grupo de médicos, liderados pela AMC (Associação Médica de Cascavel), vem garantindo atendimento gratuito a pacientes com suspeita de covid-19. O atendimento é realizado por médicos voluntários e começou na sexta-feira (5). Até a noite de domingo, 420 pessoas já haviam sido atendidas; até ontem, eram 540.

A demanda tem sido tão grande que a Associação Médica está solicitando apoio de mais médicos para fazer parte da escala voluntariamente.

Segundo o presidente da Associação Médica de Cascavel, Jesus Viegas, a ação tem despertado o interesse de cidades vizinhas. “Já temos outros municípios ligando e pedindo detalhes do funcionamento, pois desejam fazer o mesmo. Estamos tendo uma aceitação enorme, seja por parte de empresários, dos colegas médicos e da população em geral”, comenta o médico.

De acordo com ele, o objetivo é atender todas as pessoas que apresentarem os primeiros sintomas evitando a procura por hospitais e UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). “Reunimos um grupo de médicos e chegamos à conclusão de que esse é o melhor caminho. Os medicamentos são indicados para pacientes que estão em fases iniciais da doença, quando é possível reduzir o risco de internação. Esperamos, assim, inverter a curva da pandemia nos próximos 10 ou 15 dias e diminuir o número de complicações dos casos e mortes”, explicou o médico.

Aquisição de kits

Mais de 145 agricultores, empresários, líderes, autônomos e representantes de cooperativas fizeram doações para o tratamento precoce em Cascavel, com quantias que chegam a R$ 50 mil.

Muitos deles oferecem também serviços voluntários, estrutura física e doaram álcool em gel e luvas.

Um dos empresários disponibilizou, além de um valor em dinheiro, mais 500 kits de medicamentos. O objetivo do grupo é reunir mais de R$ 2 milhões para comprar 50 mil kits. Até essa segunda-feira (8), já haviam sido arrecadados mais de R$ 1,050 milhão.

Tratamento precoce é diferente de tratamento preventivo

O secretário de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailack, um dos adeptos ao tratamento precoce para a covid-19, ressalta que o tratamento oferecido é “precoce” e não “preventivo”. “Defendemos que o paciente com sinais de gripe, falta de olfato ou paladar procurem assistência logo nos primeiros dias de sintomas, ao contrário do que foi dito há muito tempo, que só deveria ir ao médico se tivesse falta de ar. Tem que procurar logo, por isso o pessoal está disponível… A iniciativa privada se mobilizou para montar o ambulatório, o que é louvável… Compraram o medicamento e estão oferecendo aos pacientes. É preciso dar oportunidade à população que pelo menos seja avaliada no começo. Isso vai ser estimulado tanto dentro do setor privado quanto na secretaria”, explica o médico.

Como é o tratamento

O protocolo adotado em Cascavel é formado por três kits: um é composto por hidroxicloroquina e azitromicina. O kit dois tem ivermectina, azitromicina e outro medicamento que fica a critério do médico, indicado de acordo com a necessidade de cada paciente. O kit número três é composto apenas por ivermectina para uso de única dose diária e destinado aos acompanhantes do paciente, dispensando a necessidade de isolamento domiciliar.

Quem receber o kit com hidroxicloroquina terá de assinar um termo de consentimento, como prevê o Ministério da Saúde, e pacientes com mais de 60 anos precisam fazer um eletrocardiograma.

Para receber o tratamento, é preciso fazer o agendamento pelo telefone (45) 99135-0223.

O atendimento é diário, das 8h às 21h, na Rua Erechim, andar térreo do Edifício Sylvio Kissula, sala 6, em Cascavel.