O Centro de Cirurgias Eletivas do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) iniciará os atendimentos na próxima segunda-feira (9). O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (4) durante entrevista coletiva do diretor-geral do hospital, Rafael Muniz, que explicou que as triagens foram iniciadas na semana passada e cerca de 90 pacientes já passaram pelos procedimentos, que serão os primeiros a receber os atendimentos.
Conforme Muniz, atualmente a fila de espera por cirurgias eletivas dentro do HUOP é de cerca de 3,2 mil pacientes, que a partir da próxima semana vai começar a ser reduzida mais rapidamente com o início do serviço do centro que já está sendo preparado e que funcionará no prédio construído para abrigar a Ala de Queimados, que ficou apenas no papel e estava sendo utilizada para abrigar leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde o fim da pandemia.
A reportagem do Jornal O Paraná trouxe a informação em primeira mão no começo de julho sobre a contratação de uma empresa que fará a administração do Centro de Cirurgias Eletivas. Agora os pacientes já estão sendo chamados pela empresa para conversar com os médicos, mostrar os exames e agendar a cirurgia, procedimento necessário e de protocolo para que haja o internamento do paciente.
“Tiveram pacientes que ao passar pela triagem descobriram que não precisavam mais passar pela cirurgia”, disse Muniz. Um ambulatório no centro da cidade foi aberto pela empresa para fazer este trabalho e no local em que vai funcionar o centro, o espaço está sendo todo preparado para passar a funcionar já na próxima semana. A previsão era de iniciar os atendimentos ainda no mês passado, mas acabou atrasando.
A empresa que fará a administração do serviço é a CIS (Centro Integrado em Saúde), da cidade de Santa Mariana, por um prazo de 12 meses. Ela vai receber cerca de R$ 32 milhões para a realização de 3120 cirurgias – cirurgia geral, ortopedia, urologia e vascular. O valor unitário de cada procedimento varia de R$ 3.128,22 a R$ 17.569,63.
Este é o primeiro contrato de terceirização de serviços do HUOP que tem parceria com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) que é quem fará o pagamento de acordo com a demanda de cirurgias realizadas. Neste valor ainda será aplicado um desconto de 6% referente aos serviços que serão oferecidos pelo HUOP como enxoval, alimentação dos pacientes, recolhimento de lixo hospitalar e a limpeza. Todo o restante de serviço necessário, inclusive equipamentos é de responsabilidade da empresa vencedora.
Procedimentos
Segundo Muniz, atualmente eles conseguem realizar dentro do hospital apenas 129 procedimentos ao mês, 80 de baixa e média complexidade e 49 de alta complexidade, de forma remunerada, valor repassado pela Sesa e que, além disso, existem as cirurgias gerais. A empresa fará a administração do espaço, desde a colocação dos equipamentos necessários, até a contratação dos profissionais para fazer as cirurgias. A previsão é de realizar cerca de 400 cirurgias por mês.
Leitos
Para Muniz, com este reforço no PS deve melhorar a situação da transferência da pacientes das UPAS (Unidades de Pronto-Atendimento) para o hospital. Atendendo recurso formulado pelo Ministério Público do Paraná, a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná concedeu prazo de 120 dias para que o Estado apresente uma solução para os pacientes que aguardam por leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) nas Upas de Cascavel.
A decisão que é de segunda instância diz respeito à ação civil pública ajuizada pelo MPPR, por meio da 9ª Promotoria de Justiça, para que a Sesa adote as providências necessárias para que seja garantida a internação hospitalar e o respectivo tratamento em leitos do SUS aos pacientes que aguardam transferência nas UPAs. Isso se deve ao fato do crescente número de reclamações de pacientes aguardando transferência para leitos hospitalares.
De acordo com levantamento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel) a média de espera de pacientes para leito clínico varia de quatro a seis dias, e de pediatria, de três a cinco dias. “Esperamos melhorar a rotatividade de leito e colocar à disposição mais leitos e eu acredito que em menos de 120 dias, com esse trabalho da empresa junto com o Instituto Universitário, a gente consiga já melhorar a situação das Upas de cascavel e dos hospitais de pequeno porte da nossa macrorregião”, finalizou Muniz.
Realização de um sonho
Além das eletivas, existe ainda a previsão da realização de cerca de mil procedimentos de cirurgias de urgência e de emergência que visam aliviar o PS (Pronto-Socorro) durante os 12 meses. Para este lote o valor previsto é de R$ 5.399.170,00 para os mil atendimentos, pagos na medida em que os atendimentos forem necessários. O PS conta com 33 leitos, espaço que sempre está superlotado. “É um marco e um sonho do hospital que estamos realizando”, salientou Muniz.