Saúde

Butantã inicia produção da Coronavac; onze estados firmaram contrato, menos Paraná

Acre, Pará, Maranhão, Roraima, Piauí, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Sul confirmaram a compra da vacina

Butantã inicia produção da Coronavac; onze estados firmaram contrato, menos Paraná

O governador João Doria (PSDB) anunciou ontem o início da produção nacional da vacina Coronavac, desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantã e a farmacêutica chinesa Sinovac. De acordo com ele, 11 estados já firmaram a compra do imunizante e o instituto começou a produzi-lo na noite da quarta-feira (9). Os resultados de eficácia ainda não foram apresentados à Anvisa, e o governo manteve a previsão de que eles sejam concluídos até o próximo dia 15.

Os estados que firmaram compra da Coronavac são Acre, Pará, Maranhão, Roraima, Piauí, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Sul. Ao todo, 276 municípios também já formalizaram o interesse na aquisição do imunizante e, de acordo com Dimas Covas, presidente do Butantã, outros 912 também já manifestaram a intenção, que “deve ser formalizada nos próximos dias”.

Foram contratados 120 técnicos para auxiliar na produção da vacina, que será feita “24 horas por dia e 7 dias por semana”, aumentando sua capacidade de produção diária para 1 milhão de doses.

“Basta me ligar e eu prontamente colocarei as vacinas à disposição do Ministério da Saúde”, disse Dimas Covas. “Por que iniciar a vacinação em março, como foi anunciado pelo ministério, se podemos iniciar em janeiro, de forma segura e eficiente?”, complementou Doria, fazendo referência ao calendário de imunização apresentado na semana anterior.

Covas disse que o Butantã tentará, com a Anvisa, os dois caminhos possíveis para registro da Coronavac. “Brevemente teremos os resultados da fase 3 [eficácia]. Submeteremos tanto pelo rito normal quanto pelo uso emergencial.”

Ele não descartou a possibilidade de pedir liberação excepcional a partir da aprovação do imunizante em outras agências regulatórias com base na Lei Federal 13.979, que autoriza a importação de produtos e insumos sem registro no País, contanto que eles tenham licença nos Estados Unidos, na Europa, no Japão ou na China.

“Paralelamente [à submissão na Anvisa], os resultados serão submetidos à agência chinesa. É possível que lá saia muito rapidamente, ainda neste ano. Isso nos remete a outra lei. Isso acontecendo, a Anvisa tem que se manifestar em 72 horas. Esse é o caminho alternativo. O ideal seria pelo rito normal ou uso emergencial”, explicou.

Covas também disse ter oferecido 100 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde para serem entregues até maio, além de 40 milhões a outros países. Ele afirmou ter já recebido manifestações de interesse de vários países da América Latina, como Argentina, Peru e Uruguai.

Na última segunda, Doria já havia afirmado que o Estado pretende começar o plano de imunização em 25 de janeiro.

 

Anvisa aprova autorização para uso emergencial de vacinas

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nessa quinta-feira (10) a autorização temporária para uso emergencial de vacinas contra a covid-19. Na prática, deverá facilitar a disponibilização e o uso da vacina. A decisão foi tomada de forma unânime na reunião da Diretoria Colegiada.

Segundo Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa, é importante ressaltar que a autorização do uso emergencial será decidida por meio de nova votação. Além disso, a Anvisa vai exigir o cumprimento dos “requisitos mínimos de segurança, qualidade e eficácia”.

Contudo, a Anvisa alega que até ontem não havia recebido pedido de uso emergencial nem sequer pedido de registro de vacina. Essas solicitações devem ser feitas pela empresa responsável pela produção do imunizante.

Além disso, observa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem autoridade para modificar, suspender ou cancelar a autorização temporária a qualquer momento.