Cascavel – Um dia depois de reportagem do Jornal O Paraná sobre as preocupações da Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa quanto ao novo modelo de concessão de rodovias no Estado, ontem a Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) manifestou considerações semelhantes. O presidente da entidade e prefeito de Matelândia, Rineu Menoncin, o Texeirinha, afirma que o processo precisa ser amplamente debatido, para que não se cometam os mesmos erros do passado.
Segundo ele, os valores exorbitantes praticados nos pedágios e o fato de as rodovias nem sequer terem sido duplicadas nesses últimos 23 anos conforme prometido em contrato comprometem o desenvolvimento da economia regional. “Essa realidade de hoje prejudica toda a população do oeste do Paraná”, destaca.
Segundo ele, a menor tarifa deve ser buscada a todo custo dentro de um modelo de licitação que coloque o usuário como prioridade. “Para cada 100 quilômetros trafegados, conforme debate de entendedores do assunto, amparados em informações técnicas e de mercado, o pagamento justo é de apenas R$ 5, e isso com rodovias duplicadas”, informa.
Texeirinha lembra que existem três modelagens de concessões de rodovias: com outorga, sem outorga e teto para o pedágio, e o misto. No primeiro caso, vence a empresa que oferecer o maior valor para o Estado. No segundo, a vencedora é aquela que aceitar receber o menor pedágio sem ter de pagar nada para o Estado. No terceiro, leva-se em conta quem oferece a maior outorga e existe uma possível redução do preço de pedágio. No caso do Paraná, tudo se encaminha para este último modelo, o que não garantiria as tarifas mais baixas hoje reivindicadas.
Na opinião de Texeirinha, é urgente uma profunda reflexão sobre a modelagem a ser adotada na próxima concorrência pública, e levar em consideração que são necessárias tarifas diferenciadas para pistas simples e duplas, e diferenciadas para pagamento eletrônico. E também outros aspectos, como valores diferenciados para clientes frequentes, sistema internacional de segurança em rodovias, wi fi, câmeras inteligentes, faixas adicionais, contornos, passarelas, intercessões e outros investimentos.
“Precisamos participar desse debate de forma ativa, tornando claro aquilo que nos beneficia mais enquanto usuários, diferentemente do que aconteceu no passado. Estamos otimistas com o que vem pela frente. O Estado vai se transformar novamente em um canteiro de obras. A previsão é licitar melhorias em 3.800 quilômetros, em sete ou oito lotes de concessão, com expectativa de duplicação de 2.400 quilômetros”, enumera, e complementa: “Não somos contra o pedágio, aliás, somos a favor. Queremos apenas preços compatíveis com o mercado e a realidade internacional, já que o mais prejudicado hoje, infelizmente, ainda é o usuário”.