São Paulo – Foram lançados nessa sexta-feira (20) os Programas Prioritários do Rota 2030, política de incentivos ao setor automotivo do governo federal. As montadoras vão poder investir em desenvolvimento tecnológico a alíquota de 2% que seria paga sobre a importação de peças sem equivalente no Brasil. Os recursos arrecadados por meio da desoneração fiscal serão geridos por um conselho gestor, que envolve representantes da indústria e da academia. A estimativa é que sejam feitos investimentos de R$ 200 milhões anuais por cinco anos, totalizando cerca de R$ 1 bilhão.
O dinheiro será liberado para o projeto por meio de cinco entidades, que vão gerir os recursos setorialmente: BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa de Minas Gerais). “Esse dinheiro vai ser destinado para, com as entidades, a academia desenvolver, fazer pesquisa e inovação para que a gente possa atender essas demandas da sociedade”, explicou o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes. “Queremos carros mais eficientes, mais inteligentes, mais conectados e mais seguros. Isso é uma parceria que envolve o setor privado e as entidades e a academia visando ter veículos melhores”, acrescentou.
Mais eficiência
Os investimentos vão permitir, segundo Moraes, que as montadoras atendam um cronograma de melhoria dos veículos produzidos no Brasil estipulado a partir do Rota 2030. “Nós temos um cronograma de metas de eficiência energética, de emissões, de implementar itens de segurança, que já está definido. Esse aporte de dinheiro vai ajudar a acelerar a implementação desses itens”, disse Moraes, acrescentando que o calendário prevê metas a serem atingidas ao longo dos próximos dez anos.
O presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães, disse que a escolha dos projetos que vão receber os aportes vai seguir as diretrizes que já são usadas pela empresa para incentivar o desenvolvimento tecnológico no setor.
Guimarães acredita que possam ser iniciados 100 novos projetos imediatamente, a partir dos R$ 40 milhões anuais, que serão geridos pela Embrapii.
Kaefer: “Toda a sociedade será beneficiada”
Relator do projeto na Câmara, o ex-deputado Alfredo Kaefer (PP) já havia alertado para a importância do Rota 2030: “Toda a sociedade será beneficiada”, disse, em dezembro do ano passado, quando a proposta foi sancionada.
Kaefer classificou o Rota 2030 como um marco divisor da indústria automobilística. “Vai tornar o setor competitivo, estimulante… é benéfico porque todas as vantagens concedidas são em benefício do consumidor e da sociedade. Além dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, haverá uma série de investimentos que a indústria automotiva já queria fazer”. Para ele, até o ano que vem, com o lançamento de novos produtos, os investimentos cheguem a 40 bilhões no setor, “o que significa geração de emprego e renda”.