Curitiba – O STJ (Superior Tribunal de Justiça) acatou recurso da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) evitando prejuízo de R$ 20 bilhões aos cofres públicos. Trata-se de um caso envolvendo o governo do Estado e a empreiteira CR Almeida, iniciado em 1987 e decorrente da construção da Estrada de Ferro Central do Paraná, que liga Apucarana a Ponta Grossa.
De acordo com procurador-chefe da Procuradoria de Execuções, Precatórios e Cálculos da PGE, Ricardo de Mattos do Nascimento, o STJ atendeu as argumentações do Estado nesse litígio em que a empresa queria receber cerca de R$ 20 bilhões referentes a juros capitalizados no período. O caso ainda está sujeito a recurso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Nascimento explica que, após o término da obra, a empreiteira ajuizou várias ações contra o Estado pedindo valores adicionais pelo projeto. O imbróglio se arrasta por quase 50 anos, com várias decisões favoráveis para ambas as partes. Nos casos em que houve decisão a favor da empreiteira, o governo do Estado pagou precatórios devidos à empresa.
Histórico
A Estrada de Ferro Central do Paraná, com 331 quilômetros, começou a ser planejada pelo governo federal na metade da década da 60. O objetivo era criar um novo acesso ao Porto de Paranaguá e um canal de escoamento da produção do Mato Grosso do Sul, São Paulo e das regiões Norte e Noroeste do Paraná. Até então, a produção chegava ao porto por meio de um ramal ferroviário de Cianorte.
Como o governo federal não tinha recursos para fazer a obra, a União firmou um acordo com o governo do Paraná. Ficou acertado que o Estado faria o projeto e, após a finalização do mesmo, seria ressarcido dos valores gastos. Em 1968, o Governo do Paraná contratou a CR Almeida, que finalizou a obra em 1975.