CENTRO DAS ATENÇÕES

G20: Grandes debates colocam o Brasil diante dos ‘olhos do mundo’

Acompanhe a Cúpula de Líderes do G20 no Brasil. Saiba quais são os temas debatidos e as discussões propostas pelos chefes de Estado - Foto: Ricardo Stuckert
Acompanhe a Cúpula de Líderes do G20 no Brasil. Saiba quais são os temas debatidos e as discussões propostas pelos chefes de Estado - Foto: Ricardo Stuckert

Os olhos do mundo estão voltados ao Brasil. Teve início ontem (18) a Cúpula de Líderes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana), com a presença de chefes de Estado e delegações de 40 países, além de 15 organismos internacionais.

Os debates envolvem questões globais como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, saúde, agricultura, e combate à corrupção. Durante o encontro do G20, os líderes finalizam discussões propostas no início de cada ano e será formalizada a declaração final dos chefes de Estado do G20.

O evento teve início com a chegada dos líderes mundiais, entre eles os presidentes das maiores potências mundiais como Estados Unidos (Joe Biden) e China (Xi Jinping), no Museu de Arte Moderna, no Centro do Rio de Janeiro, sede do encontro.

O Brasil, como presidente do grupo, definiu três prioridades que terão as propostas incluídas na declaração final do G20, que é o acordo para o combate à fome, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza; sustentabilidade e enfrentamento às mudanças climáticas e a reforma na governança global, com mais representatividade de países emergentes em órgãos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas).

No primeiro dia de debates, os líderes mundiais aderiram à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A proposta foi idealizada pelo Brasil com o objetivo de acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza – prioridades centrais nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Entre os países que já aderiram estão todos os integrantes do G20, incluindo a Argentina, que em um primeiro momento havia anunciado que não deveria realizar a adesão. Além dos países, anunciaram a adesão as uniões Europeia e Africana, que são membros do bloco, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Durante a tarde, os debates foram sobre a reforma das instituições de Governança Global.

Na área econômica, a principal bandeira brasileira é a taxação global dos super-ricos, que ajudaria a financiar o combate à desigualdade e o enfrentamento das mudanças climáticas. Baseada nas ideias do economista francês Gabriel Zucman, a proposta prevê um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários do mundo, que arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente e divide os países.

Apesar de ter a adesão de diversas nações, a ideia enfrenta a resistência de alguns países desenvolvidos, entre os quais os Estados Unidos e a Alemanha, e também da Argentina. Entre os países que apoiam estão França, Espanha, Colômbia, Bélgica e África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do bloco depois do Brasil. A União Africana manifestou apoio desde a apresentação da proposta em fevereiro.

O evento será encerrado nesta terça-feira (19), após o encontro para debater o desenvolvimento sustentável e transição energética. Na mesma oportunidade, será transmitida a presidência do G20 do Brasil para a África do Sul.

Líderes mundiais no Brasil

Entre os líderes mundiais que estão no Brasil estão os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden; da China, Xi Jinping; da França, Emmanuel Macron; da Argentina, Javier Milei; da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyeno; o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; os primeiros-ministros da Itália, Giorgia Meloni; do Japão, Shigeru Ishiba; do Canadá, Justin Trudeau; do Reino Unido, Keir Starmer;  e da Índia, Narendra Modi.

A Rússia é representada pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. O presidente Vladimir Putin não veio ao Rio de Janeiro para evitar uma ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional, motivada por acusações de crime de guerra na Ucrânia.

No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden esteve no Amazonas, onde anunciou um aporte de U$$ 50 milhões ao Fundo Amazônia.

Brasil e Argentina: Entendimento para comércio de gás natural

O ministro Alexandre Silveira assinou, nesta segunda-feira (18), Memorando de Entendimento (MoU) do Ministério de Minas e Energia com a Argentina para viabilizar a exportação de gás natural argentino ao Brasil.

O ato cria um grupo de trabalho bilateral para identificar as medidas necessárias para viabilizar a oferta de gás natural argentino, em destaque para o Gás de Vaca Muerta. Dentre as medidas, se destacam o estudo da viabilidade econômica das rotas logísticas, considerando a possível expansão da infraestrutura existente dos dois países, por meio da qual estima-se uma viabilidade de movimentação de 2 milhões de metros cúbicos por dia no curto prazo, aumentando nos próximos 3 anos para 10 milhões, até atingir 30 milhões em 2030.