Brasil - Com uma reforma ministerial à vista, o presidente Lula da Silva (PT) reuniu sua equipe ministerial ontem (20) na Granja do Torto, em Brasília, marcando a primeira reunião do ano. O encontro ocorre em um momento sensível para o governo, que enfrenta desafios políticos, econômicos e sociais, além de pressões por mudanças no primeiro escalão da Esplanada. A reunião também antecipa o que deve ser a maior reforma ministerial do atual mandato, prevista para depois das eleições das mesas da Câmara e do Senado, em 1º de fevereiro.
Com discursos alinhados à ideia de “colher os frutos” de políticas plantadas nos dois primeiros anos de gestão, Lula destacou que 2025 será decisivo para concretizar as entregas prometidas em sua campanha. Segundo Lula, entre as prioridades de 2025, estão a redução do preço dos alimentos, tema que dominou a reunião, e a reconstrução de políticas públicas desestruturadas nos últimos anos.
O presidente pediu empenho aos ministros para garantir que as políticas anunciadas surtam efeito imediato.
Combate a crises
A reunião também serviu como um momento de autocrítica. Lula admitiu que o governo cometeu erros ou deixou de agir em alguns pontos, mas garantiu que os próximos dois anos serão dedicados a corrigir essas falhas. A recente polêmica envolvendo mudanças na fiscalização do Pix, que gerou desgaste no início do ano, foi mencionada como exemplo da necessidade de maior coordenação interna. “Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão, sem que essa portaria passe pela Presidência da República, por meio da Casa Civil”, disse.
Além disso, o presidente indicou que as eleições de 2026 já começaram nos bastidores. Tanto é que, a pressão por mudanças ministeriais vem de aliados no Congresso, que pedem mais espaço para partidos que sustentam o governo. Até o momento, a única troca confirmada foi na Secretaria de Comunicação Social, com a entrada de Sidônio Palmeira no lugar de Paulo Pimenta. Há expectativas de substituições em pastas estratégicas, como Saúde, Mulheres e Justiça, além de secretarias com forte influência política.
Durante o encontro, Lula também destacou a importância de manter boas relações internacionais, mencionando a posse de Donald Trump nos Estados Unidos.