O Juízo da Vara Criminal de Antonina, no Litoral do estado, publicou nesta quinta-feira, 8 de abril, decisão de pronúncia contra réu acusado do homicídio de duas idosas cometido em 6 de janeiro. A sentença aponta que há indícios de crime doloso contra a vida e que o caso deve ser julgado pelo Tribunal do Júri.
A denúncia foi oferecida em 15 de janeiro pelo Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça da comarca, que sustenta a prática de dois crimes de homicídio qualificado pelo réu (ambos por uso de recurso que dificultou a resistência da vítima, e mais um deles por motivo torpe e outro por motivo fútil).
Conforme a denúncia, as vítimas – duas mulheres idosas, que eram vizinhas e amigas – foram mortas no interior das respectivas residências com golpes de tijolo na cabeça. O suspeito foi capturado no mesmo dia e admitiu a prática dos crimes, encontrando-se preso desde então.
Cabe recurso da decisão de pronúncia.
O caso
O homem suspeito de matar duas idosas a tijoladas em Antonina, no litoral do Paraná, cometeu o crime após uma discussão com uma das vítimas, por discordar do pagamento de R$ 50 por um serviço de roçada prestado por ele, segundo a Polícia Civil.
Carlos Eduardo Policarpo, de 38 anos, foi preso, suspeito de matar duas vizinhas, de 65 e 68 anos. Na delegacia, ele confessou o crime, informou a polícia.
De acordo com a delegada de Antonina, Vanessa de Lima e Silva, o homem tinha prestado um serviço a uma das vítimas dias atrás, ficou insatisfeito com o valor pago e foi tentar rediscutir o valor.
“E nesse momento, segundo ele, ela teria o ofendido, ele teria se exaltado e pegado um tijolo que estava próximo e atingido a cabeça dela”, disse a delegada.
Mensagem de celular
Segundo a polícia, após o primeiro crime, o homem foi até a casa da vizinha, onde realizaria outro serviço, levando o celular da primeira vítima e o tijolo usado no crime.
De lá, ele mandou uma mensagem para o celular da vizinha da casa onde ele estava se passando pela primeira vítima, como se ela estivesse passando mal.
“Ele mesmo confirmou que a intenção dele era que a primeira situação parecesse um acidente e não fosse acionada a polícia”, disse Vanessa de Lima e Silva.
A vizinha, no entanto, viu a mensagem, chamou socorro e familiares da vítima, que encontraram a idosa morta.
De acordo com a polícia, a segunda vítima foi morta quando retornou para casa. Segundo o relato do suspeito à polícia, ele não gostou que ela chamou socorro, e por isso cometeu o segundo crime.
Os familiares da primeira idosa morta pelo suspeito desconfiaram das mensagens enviadas pelo celular e, quando foram questionar a vizinha da vítima, encontraram a idosa também morta.
“Para garantir que realmente não fosse acionada a polícia ele afirmou que acabou ocasionando a morte da segunda testemunha, que era a única que vincularia ele ao local do crime”, disse a delegada.
Prisão
Segundo a Polícia Militar, um cerco foi montado na região e Carlos Eduardo Policarpo foi preso cerca de quatro horas após o crime.
Imagens de câmeras de segurança de um mercado, por onde o suspeito passou antes dos crimes, ajudaram a identificá-lo.
Ele também deixou uma bicicleta e o celular da primeira vítima na casa da segunda idosa morta, o que a polícia usou como provas para ligar o suspeito ao crime.
De acordo com a PM, o suspeito disse que tomava remédios controlados no momento da prisão.
Segundo a Polícia Civil, ele está preso por duplo homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de impunidade.
Com informações do Portal G1