Paraná - A defesa de Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Buscariollo, pai e filho apontados como principais suspeitos pela morte dos quatro homens em Icaraíma, voltou a negar a participação deles no crime, por não estarem na cidade no dia em que as mortes teriam acontecido. Ambos permanecem foragidos desde o início das investigações.
Segundo o advogado Renan Farah, que representa a família, o laudo pericial reforça a tese da defesa ao indicar que as vítimas sofreram traumatismos antes de morrer. “O laudo do corpo está demonstrando que houve traumatismos antes. Então, necessariamente, houve uma certa tortura, um cárcere, e depois a morte”, afirmou.
Farah sustenta que os Buscariollo não estavam em Icaraíma no momento do crime.
“Eles já tinham saído de lá, prestado depoimento em delegacia, já tinham sofrido ameaças e, por isso, fugiram. Quem matou continuou na cidade e fez isso. A investigação está caminhando cada vez mais para demonstrar a negativa de autoria”, disse.
O advogado ainda classificou como fake a informação de que seus clientes iriam se apresentar às autoridades. “Não há essa intenção no momento”, afirmou.
O caso
As vítimas são Diego Henrique Afonso, Rafael Juliano Marascalchi e Robishley Hirnani de Oliveira, cobradores de dívidas vindos de São Paulo, além do produtor rural Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma. O grupo desapareceu em 5 de agosto, após se dirigir a uma propriedade rural para cobrar a família Buscariollo.
A força-tarefa policial confirmou em 19 de setembro a localização dos corpos. O caso é tratado como uma das investigações mais complexas e violentas do Paraná nos últimos anos.
Foragidos e conexões
Antonio e Paulo Ricardo seguem foragidos. Outro integrante da família, Carlos Henrique Buscariollo, foi alvo de mandado de busca e apreensão em Santa Bárbara d’Oeste (SP).
Durante as buscas, a polícia localizou bunkers subterrâneos usados para esconder contrabando e drogas vindas do Paraguai. A descoberta reforçou a suspeita de ligação do desaparecimento com organizações criminosas que atuam na fronteira.
Fonte: OBemdito