Brasília – O Ministério da Justiça informou ontem ao Jornal O Paraná que trabalha para descobrir quem é o autor de duas mensagens enviadas à redação na última sexta-feira (8) em tom de intimidação e de ameaça contra o jornal e a jornalista autora da reportagem “Presos davam ordem ao crime organizado”, cuja chamada de capa se intitulava: “Segurança máxima? Presos de Catanduvas ainda mandam nas ruas”, veiculada na sexta-feira (8).
Em nota, o Ministério da Justiça informou: “Esclarecemos que as mensagens encaminhadas ao jornal O Paraná não refletem a atuação institucional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem como princípio o respeito à liberdade de imprensa e aos profissionais dos meios de comunicação. Informamos que o MJSP está buscando a identificação do(s) autor(es) para que as medidas necessárias sejam tomadas”.
A reportagem trata da denúncia criminal oferecida contra presos que estão no presídio de segurança máxima de Catanduvas, todos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), acusados de dar ordens ao crime organizado mesmo estando atrás das grades.
Em uma das mensagens, que deu entrada ao servidor do jornal às 10h06 daquele mesmo dia, as ofensas eram proferidas contra a repórter Juliet Manfrin, autora da reportagem, no qual ofende a jornalista e diz que ela “responderia por calúnia”. Na mensagem, a identificação é [email protected]. Esse email não é válido.
Ele disse que os presos denunciados não eram internos do presídio federal de Catanduvas quando ordenaram crimes e que estariam em presídios estaduais: “Essa reportagem é irresponsável. Esses presos estavam comandando no presídio estadual e foram transferidos para Catanduvas exatamente para evitar novas ordens criminosas. Vocês são irresponsáveis!”
E em seguida envia outra mensagem, na qual ataca e ameaça: “Esse Juliet Manfrin é um irresponsável e desqualificado! Vai responde por Calunia, pois essa operação foi iniciada quando os presos estavam em penitenciárias estaduais. Foram transferidos após para Catanduvas exatamente para que não pudessem mais se articular. Seus irresponsáveis. Võ pagar por isso!”, diz o texto na íntegra.
As mensagens chegaram ao servidor do jornal identificadas pelo IP de onde as postagens foram feitas. Ao rastrear o IP de número 189.9.0.124, 189.9.0.124, a reportagem identificou que as mensagens foram postadas de um computador do prédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília.
A reportagem fez então contato com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda no dia 8 de março, repassando todos os dados das mensagens. E, ontem, o Ministério respondeu, conforme a nota acima.