Há um detalhe no texto de 2Timóteo 2.14-21 que líderes modernos ignoram: antes de Paulo ensinar Timóteo a exortar outros, ele exige que Timóteo exorte a si mesmo. “Apresenta-te a Deus aprovado”, diz Paulo — não ao conselho, não aos empregados, não aos clientes. A Deus. E esse é justamente o ponto onde muitos líderes caem: estão tão ocupados administrando pessoas que esqueceram de administrar a própria alma.
A verdade é brutal: você só consegue restaurar aquilo que já restaurou em si. Só é capaz de confrontar aquilo que primeiro confrontou em seu interior. Só pode purificar a casa corporativa quando purifica a própria casa interna.
Paulo expõe dois tipos de líderes:
• Himeneu e Fileto — corrosivos, relativistas, contaminadores da cultura
• O vaso de honra — íntegro, preparado, afiado, útil ao propósito maior
A pergunta inevitável é: qual desses você tem sido nos bastidores?
O líder que teme palavras duras destrói mais do que constrói. O líder que foge do confronto gera mediocridade. E o líder que tenta agradar a todos — como Herodes — acaba decapitando a verdade para salvar a própria reputação. Nada corrói mais uma empresa do que um gestor tentando ser simpático demais para ser justo.
Mas o texto anexo te lembra de algo ainda mais profundo: exortar é amar. Deus exorta Israel em Deuteronômio 28 não porque deseja punição, mas porque deseja vida. Ele mostra a bênção e a maldição para que o povo escolha. E aqui está o golpe final: líderes que evitam a verdade retiram das pessoas o direito de escolher a vida.
É covardia espiritual. É negligência moral. É falha executiva.
E, ainda assim, a exortação nunca é brutalidade. Gálatas 6 ordena: “restaurar com mansidão”. Não é gritar. Não é humilhar. Não é impor. Mas também não é omitir. É o paradoxo da verdadeira liderança: a mistura entre justiça (consequência), graça (restauração) e humildade (autoexame).
Poucos líderes dominam isso. A maioria cai de um lado ou de outro: ou são duros demais, ou são suaves demais. E ambos matam a cultura.
O mundo corporativo está implorando por líderes que permitam ser feridos pela verdade antes de ferir os outros com amor. Líderes capazes de ouvir Deus, ouvir sua própria consciência e ainda ouvir seus exortadores humanos — algo que Herodes não fez e Davi fez.
O texto termina com a imagem do vaso purificado, pronto para toda boa obra. Essa é a metáfora mais poderosa da liderança moderna: um líder não útil porque sabe muito, mas útil porque está limpo o suficiente para servir sem distorcer o sentido da missão.
Essa pureza — de caráter, espírito, julgamento, intenção — é o que falta em grande parte das lideranças da atualidade. E é justamente aí que começa a Bioliderança® e a Cristocracia®.
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