Na terapia sistêmica lidamos basicamente com situações que envolvem enredamentos ou identificações. Trata-se, como já explicamos em postagens anteriores, da dinâmico segundo a qual um membro atual do sistema familiar reencena o roteiro de vida de um antepassado com o qual está identificado. Esta identificação acontece, porque esse antepassado foi vítima de alguma injustiça até esse momento não reparada.
O terapeuta tem à sua disposição um sintoma visível e agora precisa fazer o caminho até a sua origem. Na terapia sistêmica não trabalhamos sobre o sintoma, e sim sobre a situação que deu origem a ele.
Essa metodologia de trabalho está embasada na ideia de que o indivíduo não é um ser isolado e separado no mundo, mas está vinculado a um sistema: a rede familiar à qual ele pertence. Assim, para descobrir a origem da dor, sofrimento ou dificuldade que o cliente atravessa olhamos para o sistema familiar dele.
Uma vez que a maior parte das dores, sofrimentos e dificuldades de uma pessoa estão relacionadas a identificações, um aspecto importante na solução é encontrar quem está faltando na família, isto é, quem foi excluído dela.
Em geral, o excluído é, aos olhos dos demais membros da família, o “mau”, tendo sido alijado do sistema familiar porque isso parecia aos olhos dos demais como a coisa certa a ser feita.
Aqueles que excluem um membro sentem-se melhores e superiores do ponto de vista moral. Ao rejeitar e desprezar um dos membros do sistema familiar reivindicam para si um privilégio sistemicamente injustificável: “Nós temos mais direito de pertencer que você”.
A ferramenta sistêmica da qual o terapeuta mais se utiliza para identificar a origem de um sintoma é a Constelação Familiar Sistêmica. Esta pode ser feita utilizando pessoas como representantes ou utilizando âncoras, por exemplo, bonecos. Com os recursos tecnológicos atualmente disponíveis, pode ser feita de forma presencial ou a distância.
Alguns terapeutas, este é o nosso caso, ofertam um serviço de acompanhamento durante certo período após a constelação. Isso é algo opcional, porque a constelação familiar é uma terapia de curta duração que se encerra com a conclusão dos trabalhos de constelação.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO AMES são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar