
Cascavel e Paraná - Sentar-se à mesa e perceber que o que deveria nutrir pode, na verdade, adoecer. Essa é a realidade silenciosa de quem convive com a doença celíaca.
A doença celíaca é uma condição autoimune em que o organismo reage ao glúten — proteína presente no trigo, cevada e centeio — causando inflamação e danos no intestino delgado. Isso compromete a absorção de nutrientes essenciais, levando a sintomas como dores abdominais, diarreia, fadiga e perda de peso.
Estima-se que cerca de 1% da população mundial seja afetada por essa condição. No Brasil, isso representa aproximadamente 2 milhões de pessoas, muitas das quais ainda não foram diagnosticadas. No Paraná, um estudo realizado em Foz do Iguaçu revelou que 41,1% dos pacientes levaram de 1 a 5 anos para obter o diagnóstico definitivo da doença. A pesquisa também apontou que 94,4% dos entrevistados relataram inchaço abdominal como sintoma predominante, seguido por flatulência (76,1%) e cólicas (60,6%) .
O diagnóstico pode ser desafiador. Muitos pacientes enfrentam uma jornada longa até identificar a causa de seus sintomas. Após o diagnóstico, a exclusão total do glúten da dieta é essencial. Embora essa mudança possa parecer difícil inicialmente, ela é fundamental para a melhoria da qualidade de vida. Felizmente, hoje existem diversas opções de alimentos sem glúten disponíveis no mercado, facilitando a adaptação.
No Paraná, iniciativas como a Semana de Conscientização da Doença Celíaca, instituída pela Lei Estadual nº 18.705/2016, têm sido fundamentais para aumentar a visibilidade da condição e promover o diagnóstico precoce .
Neste 16 de maio, a Associação Médica de Cascavel reforça a importância da conscientização sobre a doença celíaca. Se você apresenta sintomas persistentes como dores abdominais, diarreia ou fadiga, procure orientação médica. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para uma vida saudável.
Doença celíaca não é frescura. É uma condição séria que merece atenção e respeito.
Associação Médica de Cascavel