Opinião

Agora que são elas

.

Apesar de já reconhecido, admitido e até ratificado o papel da mulher e sua importância na sociedade, em todos os aspectos, o dia 8 de março sempre consegue trazer novas reflexões à discussão. E, muitas vezes, mais parece um retrocesso.

É este o caso. Neste ano, não precisamos necessariamente retomar as estatísticas de que, embora assuma mais funções, tenha mais escolaridade, ou tenha outras tantas qualidades, a mulher ainda ganha menos que os homens, ocupam menos cargos de chefia ou são quase ausentes na política. O assunto é muito mais grave e urgente. E fatal!

A violência contra a mulher tem sido cada vez mais assustadora. E não cessa, mesmo diante do endurecimento das leis e do aumento das denúncias. Parece até piorar.

Há tantos relatos de horror que nos chamam a outro nível de embate. É preciso voltar os olhos aos agressores e tentar entender o que leva um marido tranquilo que depois de 40 anos resolveu matar a mulher e se matar em praça pública. Ou aquele que espanca uma recém-conhecida até ela parar de respirar. E ainda quem bate, esgana e simula um suicídio, jogando a vítima do alto de um prédio.

Esses casos têm provado que o enfrentamento a esse tipo de situação carece de novas estratégias. Ameaçar prender não resolve, até porque muitos deles nem mesmo sobrevive após o crime.

As conquistas que a mulher coleciona são impressionantes, mas ela ainda precisa lutar para sobreviver àquele com quem dividiu o lar, teve filhos ou mesmo pensou em construir uma relação. Hoje, a mulher pode conquistar o mundo, mas não tem certeza que vai conseguir acordar no dia seguinte na sua própria casa.

Por Carla Hachmann