Ainda sem saber se há ou não agentes contaminantes no lodo do Lago Municipal de Cascavel, o Ministério Público vem acompanhando a situação, após ter sido provocado pelo vereador Celso Dal Molin (PL), que entregou um dossiê que aponta irregularidades no contrato firmado entre Sanepar e Prefeitura de Cascavel, inclusive com a “devolução” da responsabilidade do Lago ao Município. O desassoreamento que custou R$ 7 milhões em 2011 também é questionado em inquérito civil.
Ao MP, a Sanepar já informou que fará o novo desassoreamento do Lago. A ação deverá ser executada com dragas para sucção da lama, mas somente em novembro de 2020. A justificativa é que terá que contratar uma empresa para a execução do serviço.
Uma ação paliativa já foi anunciada pelo prefeito Leonaldo Paranhos e seria feita com equipamentos da Codapar e servidores da prefeitura, porém, seria apenas uma solução de prazo curto, na avaliação do promotor de Meio Ambiente, Ângelo Mazzuchi Ferreira. “É um lago artificial, logo, haverá assoreamento. A medida eficaz é a dragagem do lodo, ação que vai demorar um ano até que a licitação ocorra para a contratação da empresa. Precisamos nos atentar é sobre as medidas no entorno para evitar que o problema ocorra com tamanha persistência”.
Embora se agrave a cada dia, até agora nenhuma ação prática foi tomada.
Na próxima segunda-feira (4) completa um mês da coleta das amostras de água e lodo, trabalho essencial para definir onde pôr a terra a ser removida.
Da Secretaria de Meio Ambiente partiu a proposta de uma intervenção direta no lago com retroescavadeiras. Porém, o teste realizado pelos técnicos da Sanepar – encaminhado dia 24 de outubro – está no gabinete do presidente do Instituto das Águas, José Luiz Scroccaro, ainda sigiloso.
A reportagem de HojeNews já solicitou várias vezes o resultado do laudo e obteve como explicação a burocracia de um trâmite aparentemente simples – que levaria minutos – para apresentação do resultado: o laudo saiu da Sanepar com destino ao Instituto das Águas e depois seguiria ao gabinete do prefeito, Leonaldo Paranhos (PSC).
Diante dos questionamentos, o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, elaborou uma nota, confirmada pela assessoria de imprensa, no entanto, mas ainda não a publicou.
Wagner Yonegura, secretário de Meio Ambiente, todas as vezes que foi procurado garantiu que o laudo não passará pela pasta dele, embora seja a mais interessada no tema.
Paranhos diz que também não teve respostas. “Aguardamos o resultado. Precisamos fazer essa ação agora, que há estiagem [o lago está quase seco]. Esperamos o laudo para decidir rapidamente o que fazer: o lago não pode ficar sangrando”, afirma o prefeito.
Reportagem: Josimar Bagatoli