Política

Novo tratado: Brasil chegará a 2023 sem depender da Itaipu

Silva e Luna disse que o Brasil se prepara para chegar a 2023 “sem dependência” de Itaipu

Novo tratado: Brasil chegará a 2023 sem depender da Itaipu

Foz do Iguaçu – A renegociação do tratado de Itaipu, prevista para 2023, quando acaba a dívida da construção da usina, é destaque da imprensa paraguaia. O jornal ABC Color destaca declarações do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, dadas em audiência pública da Comissão de Minas e Energia, mês passado: “Paraguai poderá usar 100% da energia que lhe corresponde em Itaipu, disse Silva”, é o título da reportagem.

Silva e Luna disse que o Brasil se prepara para chegar a 2023 “sem dependência” de Itaipu. Hoje, a energia produzida é dividida em partes iguais aos dois países. A produção atende 15% do consumo brasileiro e 90% do paraguaio. O Brasil adquire 85% de toda a energia de Itaipu, enquanto o Paraguai fica com 15%.

Silva e Luna cita o Plano Decenal de Energia, preparado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) do Ministério de Minas e Energia. Segundo ele, o consumo de energia elétrica no Brasil será de 79.338 MWmed (megawatts médios) em 2023, enquanto a produção – sem considerar a usina de Itaipu – chegará a 79.075 MWmed. A diferença de 263 MWmed é menos de 7% dos 3.886,45 de que dispõe na usina de Itaipu (a metade brasileira). Ou seja, a parcela paraguaia de Itaipu que o Brasil importa, hoje de 2.122 MWmed, não será necessária.

“O Brasil está se preparando para chegar para a negociação da energia de Itaipu, em 2023, sem precisar dela”, disse Silva e Luna, que acrescentou que será uma negociação “sem estresse, sem crise”.

Tarifa

Segundo o diretor-geral brasileiro, 62% da tarifa de Itaipu é usado para pagar a dívida da construção da barragem. A previsão é de que, sem a dívida, sobrem R$ 2 bilhões livres por ano.

O Paraguai se prepara para as discussões do Anexo C até com consultorias internacionais, enquanto o Brasil apenas criou um grupo de trabalho para estudos da questão. O Anexo C é a parte do Tratado de Itaipu que trata das bases financeiras da prestação dos serviços de eletricidade da usina.

Essa renegociação será feita pelos governos do Brasil e do Paraguai, a Itaipu não participa das discussões, lembra Silva e Luna.

Para ele, “possivelmente” se chegará a uma solução intermediária, com alguma redução da tarifa e utilização de recursos para investimento tecnológico e para pagamento dos royalties, já que são uma contrapartida de Itaipu aos municípios lindeiros para que preservem a água e os mananciais.

O governador Ratinho Junior já iniciou conversas para que a sobra (R$ 2 bilhões por ano) seja reaplicada na Costa Oeste do Paraná.

Com informações do Portal H2FOZ.